PROGRAMA INSTITUCIONAL DE
BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCENCIA – PIBID RELATÓRIO DE ATIVIDADES (PORTFÓLIO)
PERÍODO: junho a fevereiro de 2018
Nome: Lenise Mendes
Subprojeto: Letras Inglês
Coordenador (es): Cristiane Malinoski Pianaro Angelo
Função: ( x ) Bolsista de Iniciação à Docência
(
) Supervisor (a)
(
) Coordenador (a) da Área
(
) Coordenador (a) de Gestão
Introdução
O presente arquivo é um portfólio com
todas as atividades realizadas por mim no período em que atuei no PIBID.
Iniciei as atividades do PIBID em junho de 2017.
Foram feitas as leituras dos livros
“How Languages are Learned” (LIGHTBOWN, SPADA, 1993), da Base Nacional Comum
Curricular do Ensino Fundamental (BRASIL, 2017) e do Ensino Médio (BRASIL,
2016), de alguns capítulos do livro “Understanding Language Teaching: From
Method to Postmethod” (KUMARAVADIVELU, 2006) e também de alguns artigos que
tratavam sobre a Teoria do Caos e da Complexidade (BORGES, 2016; SANTOS, 2008;
RAMOS, 2008; MARIOTTI, 2000; BOEIRA). Depois de concluir cada uma dessas
leituras, foram realizadas resenhas de cada um dos textos.
A intervenção pibidiana foi realizada
em dupla com o acadêmico Luiz Eduardo Perek, nas aulas de Língua Inglesa no
Ensino Fundamental, na Escola Estadual Trajano Grácia no munícipio de Irati, nas
turmas de sexto ano regular.
Foram discutidos os conceitos que
envolvem a cidadania e a coletividade durante a primeira aula para proporcionar
a interação entre os alunos e desenvolver o conhecimento sobre o tema abordado,
na segunda aula foram apresentadas as formas interrogativa e negativa do verbo
“to be” aos alunos e eles fizeram duas atividades referente a isso, na terceira
aula foi feita uma revisão do conteúdo que já tinha sido aprendido e foi
aplicada mais uma atividade para a fixação do conteúdo, na penúltima aula foi
feita uma dinâmica com os alunos a fim de promover a interação e a coletividade
entre eles e desenvolver a escrita e a pronúncia do inglês e na última aula os
alunos montaram cartazes para expor o aprendizado referente às aulas anteriores
e também para que fosse desenvolvida a coletividade entre eles durante a
realização da atividade. O desenvolvimento dessas atividades durante as aulas
foram interessantes e os alunos se empolgaram com o tema e com as aulas.
Participei da V SIEPE juntamente com
os outros acadêmicos do PIBID. Não apresentei nenhum trabalho, mas dei suporte
aos colegas e ajudei na montagem das oficinas pibidianas.
ANEXOS
ANEXO 1:
Resenha do livro: How Languages are Learned
O capítulo “Learning a first language”, do livro “How Languages are
Learned” escrito por Pastsy M. Lightbown e Nina Spada, trata sobre como
acontece a aquisição da primeira língua de acordo com três teorias, que são o
behaviorismo, o inatismo e o interacionismo.
Para o behaviorismo, uma teoria da psicologia, o aprendizado de uma
língua ocorre através do hábito e da imitação. Ao imitar um som ou um padrão e
receber um estímulo positivo por isso, a criança acaba adquirindo uma
linguagem.
Os processos primários para a aquisição de uma língua, segundo o behaviorismo,
são a imitação e a prática, sendo a imitação: “word for word repitition of all or part of someone else’s utterance”
(1993, p. 2) e a prática: “repetitive
manipulation of form” (1993, p. 2). Sobre a imitação, é importante
enfatizar que a criança, mesmo quando somente imita, escolhe imitar coisas de
acordo com algo que já sabe, e não somente imita o que está “disponível” no
ambiente em que ela está (1993, p. 3).
Já para o inatismo, teoria de Noam Chomsky, as crianças são
biologicamente programadas para a linguagem, a qual se desenvolve da mesma
maneira que outras funções biológicas (1993, p. 7). Ou seja, contestando o
behaviorismo, o inatismo diz que o ambiente cumpre um papel básico para o
aprendizado da criança, o qual acontece porque têm pessoas que conversam com
ela, e o resto do procedimento é feito pelo próprio processo biológico da
criança.
Chomsky criou então o conceito de language
acquisition device (LAD), que é uma habilidade especial que as crianças têm
de saber todos os princípios que são universais a todas as linguagens humanas,
prevenindo as crianças de errar muito ao tentar descobrir as regras da língua e
as faz cometer alguns erros coerentes e não totalmente aleatórios. Segundo Lightbown e Spada,
For the LAD to work, the child needs acces only
to samples of the natural language. These language samples serve as a trigger
to activate the device. Once it is activated, the child is able to discover the
structure of the language to be learned by matching the innate knowledge of
basic gramatical relationships to the structures of the particular language in
the environment (1993, p. 8).
Mais tarde, o nome desse conceito mudou para Universal Grammar (UG), que consiste em todas essas regras que são
comuns a todas as línguas. Chomsky reuniu então algumas evidências para
comprovar a sua posição: 1) todas as crianças aprendem um sistema complexo como
a língua em menos tempo esperado para aprender algo tão complicado quanto isso;
2) as crianças dominam a estrutura básica de seu idioma nativo em várias
condições; 3) a linguagem à qual as crianças são submetidas não contém todos os
exemplos para as informações que elas têm; 4) os animais não conseguem aprender
um sistema de signos tão complexo da mesma forma que as crianças conseguem; 5)
as crianças desempenham a tarefa de aquisição sem precisar de alguém que fique
mostrando quais frases são gramaticais e quais são agramaticais (1993, p. 9).
Outra teoria de Chomsky diz respeito ao critical period hyphothesis (CPH), que é o período no qual uma
pessoa seria capaz de adquirir uma língua. Essa teoria tem duas versões: a
forte diz que as crianças precisariam adquirir sua primeira linguagem até a
puberdade ou nunca mais conseguiriam adquiri-la, e a fraca diz que após a
puberdade ficaria mais difícil aprender e o aprendizado seria incompleto (1993,
p. 11).
Há ainda o interacionismo, que defende que a língua se desenvolve como
resultado de uma interação direta entre a criança e outra pessoa. Por exemplo,
quando uma mãe fala diretamente com uma criança e tenta entender as suas
“pistas” e se comunicar com ela. Uma criança que não tenha esse contato também
irá adquirir a linguagem, mas ela teria que ter contato com conversas de
adultos para adquiri-la e talvez isso fosse menos eficiente do que uma
interação direta.
Para a aquisição da primeira língua, o inatismo é uma das teorias que
reuniu mais evidências e que é possível observar a sua ocorrência na prática
quando se acompanha o crescimento de uma criança e o desenvolvimento de sua
língua materna. A rapidez com que uma criança aprende uma língua, mesmo com
toda a sua complexidade, é um feito humano muito fascinante.
O próximo capítulo do livro, chamado “Theories of second language
learning”, dá continuidade ao primeiro e trata sobre como uma segunda língua é
aprendida de acordo com diversas teorias, como o behaviorismo, a teoria
cognitiva, a teoria da construção criativa e o interacionismo.
De acordo com o behaviorismo, o aprendizado acontece de acordo com o
hábito. As pessoas que estão aprendendo recebem contribuições de falantes
nativos no seu ambiente e também reforço positivo e correção, formando assim um
hábito. No entanto, como a aquisição da linguagem está relacionada a isso,
muitas características da primeira linguagem podem se repetir na segunda e,
para isso, foi formado o conceito de contrastive
analysis hypothesis (CAH) que prevê que onde há similaridades entre a
primeira e a segunda linguagem, o aprendiz terá mais facilidade, e onde há
diferenças, o aprendiz terá mais dificuldade (1993, p. 23).
A teoria cognitiva vê a aquisição da segunda linguagem como um sistema
de construção de conhecimento que, gradualmente, vai se tornando automático.
Quando uma pessoa está aprendendo a língua, ela precisa prestar atenção em
todos os aspectos, mas aos poucos isso vai se tornando automático e o falante
nem percebe que ele já constrói sentenças sem pensar muito sobre isso. No
entanto, foi observado que algumas coisas que o aprendiz usa automaticamente
não podem ser explicadas pelo conhecimento adquirido gradualmente e que pode
ser que haja algum conhecimento prévio que a pessoa carrega e que se encaixa de
alguma forma no sistema que já existe, podendo assim “reestruturar” o sistema
(1993, p. 25).
A teoria da “construção criativa” (creative
construction theory) defende que quem está aprendendo uma segunda linguagem
constrói representações internas da língua que está sendo aprendida, como
“imagens mentais” da outra língua, as quais levam para a aquisição do sistema
completo da segunda língua. Essa teoria também diz que os aprendizes não
precisam necessariamente falar e escrever para adquirir uma segunda língua e
que ouvir e ler são o suficiente para que ocorra a aquisição (1993, p. 26).
Stephen Krashen criou cinco “modelos monitores” para a aquisição da
segunda linguagem, que são: 1) The
acquisition-learning hypothesis: há duas maneiras de adquirir uma língua,
pela aquisição ou pelo aprendizado. Pela aquisição, a pessoa adquire a língua
sem se preocupar com regras ou formas, mas sim com o conteúdo, e pelo
aprendizado, ela presta atenção à forma e a corrige; 2) The monitor hypothesis: o sistema adquirido opera para iniciar os
enunciados do aprendiz e é responsável pela fluência e julgamentos intuitivos
para a correção, já o sistema aprendido apenas monitora e corrige o que o sistema
adquirido produziu; 3) The natural order
hypothesis: o aprendiz adquire as regras da linguagem em uma sequência
previsível e de maneira natural, sem ser necessariamente na ordem da regra mais
simples para a mais complexa; 4) The
input hypothesis: essa hipótese defende que o aprendiz somente aprende a
linguagem quando entende as mensagens que recebe; 5) The affective filter hypothesis: o aprendiz é afetado por condições
como raiva, ansiedade e tédio e cria uma barreira para o aprendizado da segunda
língua (1993, p. 27-28).
Para o interacionismo, é importante que haja uma interação entre o
aprendiz e um falante nativo e que o falante nativo adapte a sua língua de modo
que se torne mais compreensível para o aprendiz, utilizando a hipótese de que o
aprendiz somente aprende outra língua quando entende as mensagens que recebe.
Para o aprendizado de uma segunda língua, cada teoria e hipótese tem uma
função essencial. O behaviorismo, a teoria cognitiva, a teoria da “construção
criativa” e o interacionismo se complementam e todos parecem muito eficientes
quando reunidos para que haja o aprendizado de uma segunda língua.
Ao aprender uma segunda língua, há alguns fatores que podem atrapalhar a
aprendizagem. Isso é tratado no terceiro capítulo do livro, chamado “Factors
affecting second language learning”, no qual são discutidos como os fatores
inteligência, aptidão, personalidade, motivação e atitudes, estilo de
aprendizagem e idade de aquisição influenciam no aprendizado de uma segunda
língua.
A inteligência é um importante fator para a aprendizagem de uma segunda
língua, no entanto ela contribui para que o aprendiz desenvolva melhor algumas
partes específicas mais formais da língua, como por exemplo a leitura e a
escrita, mas a atividade oral pode ser mais fraca nesses casos.
A aptidão ainda é um fator que está sendo analisado porque não tem uma
definição clara de quais são as habilidades que a constituem. Contudo, alguns
testes que estão sendo feitos para ver se os aprendizes têm uma aptidão para a
segunda língua incluem habilidades como: 1) identificar e memorizar novos sons;
2) entender como as palavras funcionam gramaticalmente nas frases; 3) entender
as regras gramaticais através de amostras da língua; e 4) memorizar novas
palavras (1993, p. 38).
Ainda não se chegou a nenhuma conclusão a respeito de como a
personalidade pode afetar o aprendizado de uma nova língua apesar de alguns
estudos na área, mas há uma suposição de que a personalidade pode ter um papel
mais importante na competência comunicativa (a habilidade de se comunicar em
diversas situações com outra língua) do que na aquisição da linguagem em si. No
entanto, alguns estudiosos acreditam que a personalidade combinada com algum
outro fator pode afetar a aquisição da linguagem.
A motivação e as atitudes são outros fatores sendo estudados com relação
à aquisição da linguagem. Há, no entanto, uma controvérsia onde não se sabe se
a motivação faz a pessoa aprender mais ou se aprender mais motiva a pessoa a
continuar. A motivação pode ser definida em dois fatores: as necessidades de
comunicação do aprendiz e suas atitudes com relação à comunidade do segundo
idioma. Dessa forma, se a pessoa está motivada a aprender um segundo idioma
porque quer muito um emprego, ela tende a continuar aprendendo, assim como se uma
pessoa tem contato com pessoas de outra comunidade linguística e gosta dessa
interação, ela também tende a continuar aprendendo. Por outro lado, esses
fatores podem ser ruins e desmotivar o aprendiz.
O estilo de aprendizagem é um grande fator que pode contribuir muito
para o aprendizado de um novo idioma. Ao descobrir qual é a melhor forma de
aprendizado (ouvindo, escrevendo, lendo, etc), o aprendiz pode aprender melhor
do que alguém que está sendo forçado a aprender de uma maneira que não tem
tanta habilidade.
Para ter um domínio nativo da língua, é importante que a criança seja
apresentada ao segundo idioma desde cedo, entretanto isso não deve desencorajar
as pessoas mais velhas que também podem adquirir altos níveis de proficiência
em sua segunda linguagem. Isso ocorre devido a vários fatores, mas um deles que
contribui muito é que adultos geralmente tem menos tempo para se dedicar aos
estudos do que crianças, assim como também muitas vezes tem uma pressão maior
de aprender mais rápido e se comunicar o quanto antes, dificuldade pela qual
dificilmente as crianças passam. A idade é sem dúvida um fator muito importante
para a aquisição da segunda língua, mas há outros fatores como motivação,
inteligência, estilo de aprendizagem, etc, que podem influenciar cada pessoa
individualmente. E é importante não desistir do aprendizado de uma nova língua
quando se tem oportunidade a ele.
A motivação é um fator muito importante, porque é capaz de atingir todas
as pessoas e não é restrito somente a pessoas com algumas habilidades
cognitivas mais desenvolvidas, como inteligência, aptidão, personalidade, entre
outros. Se o aprendiz está motivado a aprender algo novo, ele se torna mais
presente no ensino e consegue se desenvolver melhor por desejar muito aquilo,
independentemente de suas outras habilidades. Seria bom, portanto, que os
professores trabalhassem mais com a motivação e encontrassem maneiras de
incentivar os seus alunos a quererem aprender uma nova língua.
No próximo capítulo, chamado
“Learner language”, é feito uma relação entre a aquisição da primeira linguagem
e o aprendizado da segunda e são apresentados os estados sistemáticos,
previsíveis e uma sequência de aquisição que acontecem nas duas situações de
aquisição de uma língua.
A construção do conhecimento das crianças com relação às regras
gramaticais ocorre de maneira sistemática e previsível, não necessariamente ao
mesmo tempo em todas as crianças, mas na mesma sequência. É importante
enfatizar que a maneira que as crianças falam a língua não é uma versão
“incorreta” da maneira que os adultos falam e sim um sistema próprio que se
desenvolve aos poucos até chegar ao sistema usado pelos adultos (1993, p. 54).
Foi observado que muitos erros das pessoas que estão aprendendo uma
segunda língua são familiares aos erros que uma criança comete ao adquirir sua
primeira língua. Isso mostra que é mais raro um adulto transferir regras da
primeira língua para a segunda e que é mais comum que ele cometa os mesmos
erros que as crianças cometem e é esse fato que torna possível que haja uma
sequência de aquisição (1993, p. 55).
Na aquisição da segunda língua, o aprendiz carrega características da
sua primeira língua, da segunda língua e também algumas características que
parecem ser comuns a todas as pessoas em fase de aquisição. Para isso, a
pesquisadora Larry Selinker deu o nome de “interlanguage” (1993, p. 55).
O aprendizado da língua ocorre de maneira muito parecida entre crianças
e adultos com relação à aprendizagem dos morfemas, das sentenças negativas, de
como formar questões e das cláusulas relativas.
É importante enfatizar, no entanto, que algumas pessoas vão desenvolver
mais rápido algumas dessas características de acordo com a sua necessidade de
aprendizado e que esses estágios não são como “portas fechadas” (1993, p. 67).
Mesmo que seja observado um padrão, cada pessoa tem o seu ritmo individual de
aprendizagem e vai aprender à sua maneira.
Neste capítulo é demonstrada uma controvérsia se a aprendizagem de uma
segunda língua é individual ou similar a todas as pessoas. Dessa forma, a
individualidade prevalece, afinal cada pessoa tem uma forma específica de
aprender um conteúdo e de absorvê-lo e o padrão de aquisição, mesmo que seja
observado em diversos casos, não é universal.
Por último, são tratadas as formas de aprendizagem
de inglês dentro da sala no capítulo “Second language learning in the
classroom” e são apresentados os métodos “get
it right from the beginning”, “say
what you mean and mean what you say”, “just
listen”, “teach what is teachable”
e “get it right in the end”.
O método “get it right from the
beginning” se baseia no princípio behaviorista de que os aprendizes
precisam construir o seu conhecimento da língua gradualmente praticando somente
as formas corretas (1993, p. 79). Ou seja, o professor deve corrigir quaisquer
erros para que o aluno aprenda a maneira certa de falar desde o começo. Os
estudos concluíram, no entanto, que essa não é a maneira mais eficiente de
ensinar uma segunda língua, afinal o aluno não vai se sair tão bem em situações
de comunicação espontânea por não ter tido tanto contato com a fala e por se
preocupar muito com a maneira correta de falar.
Baseado no interacionismo, o método “say
what you mean and mean what you say” segue o princípio de que os aprendizes
precisam ter acesso a frases que eles entendam na comunicação entre aluno e
professor. Eles apontam que quando os estudantes podem engajar em uma conversa
eles podem “negociar significados”, ou seja, adaptar a conversa da sua forma de
modo que ela fique compreensível (1993, p. 83). O principal problema desse
método é que é baseado em uma teoria ainda não totalmente testada de que alguns
tipos específicos de interação levam para uma bem sucedida aquisição da segunda
língua e ainda não se tem certeza disso (1993, p. 88).
O método “just listen” defende
que não é preciso uma interação direta para que se adquira uma segunda língua,
mas que somente escutando e lendo discursos compreensíveis seja possível
adquiri-la (1993, p. 88). Esse método parece ser eficiente no desenvolvimento
de compreensão e interação básica nos primeiros estágios de aprendizagem,
contudo não é suficiente para que se chegue a níveis avançados no aprendizado
na segunda língua (1993, p. 91-92).
O método “teach what is teachable”
consiste em ensinar aquilo que seja possível aprender. Já foi observado que
algumas coisas no ensino das línguas são “developmental”
e só podem ser ensinadas em uma sequência determinada, e outras coisas são “variational” e podem ser aprendidas em
vários pontos no meio da aprendizagem e que, portanto, algumas pessoas podem
pular alguns “estágios” do ensino (1993, p. 92). Esse método não é muito bom,
no entanto, para o aprendizado da segunda língua, porque “pular” os estágios da
língua se mostrou ineficiente para a aquisição do segundo idioma.
O último método conhecido por “get
it right in the end” defende que nem tudo pode ser ensinado na sala de aula
e que muito da segunda língua é adquirido naturalmente pela comunicação
espontânea, mas afirma também que tem alguns erros que precisam ser corrigidos
e coisas que precisam ser ensinadas obrigatoriamente (1993, p. 96). Foi
demonstrado que os aprendizes se beneficiam desse tipo de aprendizado que foca
mais no significado do que na gramática, todavia esse método não comporta todo
o aprendizado que um estudante necessita ter.
Neste capítulo, é possível perceber que alguns métodos podem ser mais
eficientes que outros. Os que parecem mais eficientes são “say what you mean and mean what you say” e “get it right in the end”, porque o primeiro tem mais a ver com a
interação direta e “negociação de significados”, ou seja, adaptação da conversa
para que o aprendiz seja capaz de entendê-la, e o segundo também é muito
apropriado porque o aprendizado completo de uma segunda língua não se limita
simplesmente à sala de aula e boa parte dela só se efetiva no contato direto
com a língua.
ANEXO 2:
Resenha da Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Fundamental
A Base Nacional Curricular (BNCC) foi redigida com o objetivo de
normatizar as “aprendizagens essenciais” que os estudantes, de modo geral,
precisam desenvolver durante as etapas da Educação Básica. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB), Lei 9394/96 em seu § 1º do Artigo 1º aponta
“conhecimentos e competências”, ou seja, as expectativas que devem ser alcançadas
pelos estudantes.
A BNCC serve como referência nacional para a elaboração dos currículos
de todas as redes escolares nacionais nivelando em todos os âmbitos o que diz
respeito à formação de professores, preparação de conteúdos e dos critérios
referentes à infraestrutura apropriada para uma educação plena.
O embasamento legal para construção da BNCC foi a Constituição Federal
de 1988 em seus Artigos 205 e 210, os quais determinavam que a educação é um
diretito de todos e que os conteúdos devem garantir uma formação básica comum
respeitando os valores culturais e artísticos, a nível regional e
nacional.
A LBD em seu inciso IV do Artigo 9º, baseando-se nestes marcos
constitucionais, estabelece dois conceitos fundamentais que serviram como base
da BNCC. No primeiro conceito institui-se que “as competências e diretrizes são
comuns, os currículos são diversos”, no segundo diz respeito ao foco do
currículo que deve ir além dos conteúdos a serem ensinados.
No Artigo 26 da LDB levou o Conselho Nacional de Educação (CNE) a
considerar que o conhecimento curricular deve estar dentro do contexto local,
social e individual da escola. Isso foi ocorrendo durante a década de 1990 e
também nos anos 2000. O mesmo (CNE) ainda promulgou novas (DCNs) e incluiu
conceitos sobre diversidade cultural, pluralidade, inclusão e valorização das
diferenças.
Ao longo dos anos as leis foram sendo ampliadas, até que em 2014 foi
promulgado o Plano Nacional de Educação (PNE) através da Lei 13005/2014, a qual
reitera diretrizes pedagógicas para todos os alunos do Ensino Fundamental e
Médio a fim de melhorar a qualidade da educação respeito às diversidades
regional, estadual e local.
Com isso veio o pacto interfederaivo dentro da BNCC, que busca a
“equidade na educação”, ou seja, um currículo que atenda às necessidades
específicas das diferentes instituições de ensino da federação.
A BNCC e os currículos se complementam e asseguram a aprendizagem em
cada etapa da educação básica através de um conjunto de decisões, as quais
devem ser seguidas para assegurar a aprendizagem, sempre levando em conta o
contexto o qual o aluno está inserido. Além disso, os sistemas de ensino devem
abordar em suas propostas pedagógicas temas atuais, que, de certa forma atingem
a sociedade. Entre estes temas, os quais são muito importantes para a formação
do cidadão, estão: a educação para o trânsito, direito das crianças e
adolescentes, meio ambiente, processo de envelhecimento, educação alimentar,
entre outros.
A formulação da BNCC teve coordenação do MEC e contou com a participação
de diversas esferas da sociedade, além de Estados, Municípios e Distrito
Federal e legitimada pela Lei nº 13.005/2014 que promulgou o PNE.
De acordo com a LDB, em seus Artigos 32 e 35, os resultados das
aprendizagens, na educação formal, devem proporcionar um conhecimento e
situação que direcione a tomada de decisões pertinentes, recebendo o nome de
“competência”.
A BNCC trata também da educação integral, que devido os rumos da
sociedade moderna, onde as tendências do cenário mundial exigem habilidades
diferenciadas, o conhecimento deve ir muito além do que o acúmulo de
informações.
Além disso, a BNCC define dez competências gerais para que sejam
aplicadas ao longo da educação básica e assim promovam uma transformação na
sociedade para que todos vivam em harmonia entre si e com a natureza. Em suma,
essas competências especificam os
caminhos que a educação brasileira deve seguir, construindo uma sociedade mais
justa e garantindo a formação humana integral.
A estrutura da BNCC foi elaborada para explicitar as competências que os
estudantes devem desenvolver durante as etapas da Educação Básica.
As áreas de conhecimento do Ensino Fundamental e Médio estão divididas
em quatro áreas: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.
Estas áreas que possuem apenas um componente curricular como Matemática e
Ciências da Natureza estabelecem “competências específicas de área”, já as
áreas com mais de um componente como Linguagens e Ciências Humanas são
atribuídas “competências específicas do componente”.
Dentro da área de conhecimento Linguagens está a Língua Inglesa. O
aprendizado da língua inglesa é de suma importância para que os alunos tenham a
possibilidade de “ampliar horizontes de comunicação e de intercâmbio cultural,
científico e acadêmico” e, desse modo, eles possam expandir a sua construção de
conhecimento e o acesso que eles têm a esse conhecimento.
Para o currículo, o ensino de inglês tem duas implicações importantes.
Uma delas é que é obrigatório “rever as relações entre língua, território e
cultura”, afinal há diversos países que tem a língua inglesa como a principal
língua. Isso faz com que a língua inglesa possa ser definida como franca, de
comunicação internacional e que é falada por diversas pessoas no mundo inteiro,
favorecendo um ensino que valorize a interculturalidade.
A outra implicação tem relação com a “ampliação de visão de letramento”,
ou seja, a ampliação de uma visão de que o ensino da língua inglesa pode
potencializar as possibilidades de participação e circulação, principalmente no
meio digital, e de que isso pode aproximar e entrelaçar diferentes semioses e
linguagens, criando assim possibilidades de “identificar e expressar ideias,
sentimentos e valores”.
Os eixos organizadores do componente da Língua Inglesa são, portanto,
sustentados por essas duas implicações. Há cinco eixos, envolvendo Oralidade,
Leitura, Escrita, Conhecimentos linguísticos e gramaticais e Dimensão
intercultural.
O eixo Oralidade é relacionado à compreensão e à produção oral, pelas
quais é possível negociar a construção de significados entre os interlocutores.
Dessa forma, é possível aprender alguns elementos da língua inglesa como
pronúncia, entonação e ritmo, assim como estratégias de compreensão como
compreensão global, específica e detalhada, e ainda de negociação, como
solicitação de esclarecimentos e confirmações, uso de paráfrases e
exemplificação. É através da oralidade que os alunos poderão entender a língua
inglesa não como “pura”, mas sim como uma língua “para o uso”.
O eixo Leitura contribui para o desenvolvimento de estratégias de
reconhecimento textual e de investigação sobre os diferentes sentidos das
palavras em contextos diversificados. Além disso, é possível abranger
diferentes modos de ler, como ler para ter uma ideia geral do texto, para
buscar informações específicas ou compreender detalhes, e diferentes
finalidades de leitura, como ler para pesquisar, para revisar a própria escrita
ou para expor ideias.
O eixo Escrita tem dois aspectos. O primeiro diz respeito à avaliação
das decisões sobre as formas de dizer aquilo que pretende, considerando dessa
forma o objetivo do texto, o seu suporte de circulação e os seus possíveis
leitores, e o segundo diz respeito a considerar a escrita como uma prática
social, o que dá aos alunos a oportunidade de agir com protagonismo. É
interessante, portanto, iniciar com textos mais curtos e descritivos, evoluir
para alguns textos mais elaborados que podem incluir a narração e a persuasão
e, seguindo desse modo, os alunos desenvolverão uma escrita mais “autêntica,
criativa e autônoma”.
O eixo Conhecimentos linguísticos e gramaticais envolve o estudo do
léxico e da gramática com o objetivo de levar os alunos a descobrir as
regularidades e as irregularidades da língua inglesa. Essas descobertas devem
fazer os alunos refletirem sobre as semelhanças e diferenças entre as línguas.
E, por fim, o eixo da Dimensão intercultural tem como objetivo promover
a compreensão e a interação entre diferentes culturas e, dessa forma, “aprender
inglês implica problematizar os diferentes papéis da própria língua inglesa no
mundo, seus valores, seu alcance e seus efeitos nas relações entre diferentes
pessoas e povos”.
As competências específicas que devem ser desenvolvidas na sala de aula
incluem (1) identificar o lugar de si e do outro em um mundo plurilíngue e
multicultural, (2) comunicar-se na língua inglesa, (3) identificar
similaridades entre a língua inglesa e a língua materna ou outra língua, (4)
elaborar repertórios linguístico discursivos da língua inglesa, reconhecendo a
diversidade linguística, (5) utilizar novas tecnologias e (6) conhecer
diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos na língua
inglesa.
O aprendizado da língua inglesa tem muita importância dentro de um mundo
globalizado, afinal auxilia os alunos a se inserirem em diferentes culturas e
expandirem o seu acesso a novos conhecimentos. Além disso, os alunos podem
ampliar os seus horizontes de comunicação e de compreensão em um mundo onde a
língua inglesa se faz muito presente. O aprendizado de vocabulário, gramática,
pronúncia, escrita, leitura e oralidade pode ser dinâmico e ir além da língua
em si, trazendo aos alunos o acesso a novas formas de ver o mundo.
ANEXO 3:
Resenha dos capítulos 2, 4 e 8 do livro: Understanding
Language Teaching from Method to Postmethod
O livro de B. Kumaravadivelu intitulado “Understanding Language Teaching: From Method to Postmethod”, é um
interessante estudo sobre o entendimento de como uma linguagem é ensinada. O
livro é dividido em três partes que se subdividem em dez capítulos. A primeira
parte é intitulada como “Language,
Learning, and Teaching”, a segunda é intitulada “Language Teaching Methods” e a última se chama “Postmethod Perspectives”.
No segundo capítulo do livro chamado “Learning: Factors and Processes”, o qual está inserido na primeira
parte do livro, Kamaravadivelu discute sobre como ocorre a entrada (input) de uma segunda língua na mente de
uma pessoa, como ocorre a admissão (intake),
quais são os fatores de admissão, quais são os seus processos e, por fim, como
ocorre a saída (output).
A entrada ⸺ ou o input
⸺ é definido pelo autor como “oral
and/or written corpus of the target language (TL) to which L2 learners are
exposed through various sources, and recognized by them as language input”
(p. 26). Há duas condições,
segundo essa definição, para que o input ocorra.
A primeira condição é a disponibilidade, afinal a língua precisa estar
disponível para que o estudante possa aprendê-la ⸺ seja com ele procurando ela
por si mesmo ou com ela disponível no ambiente. A segunda é a acessibilidade
que, segundo o autor do livro, é o momento em que o input precisa ser reconhecido pelo estudante como um input para que possa haver uma
cooperação. Kumaravadivelu defende que “input
that is available, but not accessible, is no more than noise” (p. 26) e que,
portanto, o estudante precisa saber que está sendo exposto a algo que possa
ajudá-lo a aprender uma segunda língua para que isso realmente surta efeito.
Quando o autor vai falar sobre o intake,
ele faz uma lista de definições de vários autores com a visão de produto e a
visão de processo. A visão de produto enxergaria o intake como a linguagem de entrada ainda não processada e a visão
de processo enxergaria o intake como
a linguagem de entrada já processada.
O autor acredita que a visão de produto seja falha por fazer do intake uma parte do input, o que torna sem sentido uma diferenciação entre as duas
partes. Ele define intake
como sendo, portanto,
an abstract entity of learner language that has
been fully or partially processed by learners, and fully or partially
assimilated into their developing IL system. It is the result of as yet
undetermined interaction between input and intake factors mediated by intake
processes. It is not directly observable, quantifiable, or analyzable; it is a
complex cluster of mental representations (p. 28).
A definição de intake é muito
discutida e até mesmo contraditória em alguns aspectos. O autor prossegue o
capítulo, então, explicando qual parte do input
que se torna o intake através da
análise de alguns fatores e processos.
Ao falar dos fatores, ele lista uma série de autores e quais são os
fatores que transformam o input em intake para eles. O autor tentou isolar
então os seis fatores que considerou como sendo os mais importantes, sendo
eles: fatores individuais (idade e ansiedade), fatores de negociação (interação
e interpretação), fatores táticos (estratégias de aprendizado e de
comunicação), fatores afetivos (atitudes e motivação), fatores de conhecimento
(conhecimento de linguagem e de metalinguagem) e, por fim, fatores ambientais
(contexto social e educacional) (p. 30). Ele ainda divide esses fatores em duas
grandes categorias: aprendizagem interna e aprendizagem externa.
Os processos do intake são
mecanismos cognitivos e operações mentais que são específicos para o
aprendizado da linguagem. São eles: inferência, estruturação e reestruturação.
A inferência é quando o indivíduo faz adivinhações relacionadas ao sistema da
língua, a estruturação é quando o indivíduo estabelece representações mentais
da língua e, por fim, a reestruturação é quando o indivíduo adiciona uma
estrutura nova em sua mente que o permite criar novas hipóteses sobre a língua
a ser aprendida.
O output se refere àquilo que
o estudante produz com a língua aprendida, seja na escrita ou oralmente. Ele
pode produzir enunciados desviantes por conta da reunião entre os fatores e os
processos do intake, assim como
poderá produzir enunciados bem estruturados em sua segunda língua. O output é reconhecido, portanto, como uma
evidência de tudo que foi aprendido durante o estudo da segunda língua.
No capítulo 4 denominado “Constituents
and Categories of Methods” e inserido dentro da segunda parte do livro, o
autor diferencia alguns conceitos e termos que são utilizados entre aqueles que
estudam como ocorre o aprendizado da segunda língua.
A primeira diferenciação que o autor faz é entre método e metodologia.
Segundo Kumaravadivelu, método é utilizado para se referir aos métodos
conceituados e construídos por especialistas, enquanto metodologia é usado para
se referir àquilo que os professores realmente fazem em sala de aula para
alcançar os seus objetivos de ensino.
Nesse capítulo o autor também distingue princípios de procedimentos. Ele
define princípios como sendo um conjunto de insigths derivados de várias áreas
de estudo que incluem, além dos pressupostos teóricos sobre o ensino da língua,
também aqueles que criam materiais e medidas de avaliação. E os procedimentos
seriam o conjunto de estratégias adotadas pelo professor no contexto de sala de
aula.
Ele ainda discute brevemente sobre três métodos de ensino: language-centered methods, learner-centered methods e, por último, learning-centered. O primeiro está
principalmente preocupado com as formas linguísticas, o segundo se preocupa com
as necessidades do aprendiz e o último dá ênfase os processos cognitivos da
linguagem aprendida.
No capítulo 8 intitulado “Postmethod
Condition” que inaugura a terceira parte do livro, o autor desconstrói o
conceito de método. Ele cita uma série de mitos criados em torno do conceito de
método, sendo eles: 1) há um método melhor pronto e esperando para ser
descoberto, 2) o método constitui o princípio organizador do ensino de línguas,
3) o método tem um valor universal e não-histórico, 4) os teóricos concebem o
conhecimento e os professores o consumem e, por fim, 5) o método é neutro e não
tem motivação ideológica. Dessa forma, ele consegue introduzir de forma
bastante coerente qual é a lógica do pós-método.
Kumaravadivelu também descreve os parâmetros pedagógicos que devem ser
considerados no pós-método. O primeiro deles é a particularidade que se refere
a uma pedagogia que se preocupe com particularidades linguísticas e
socioculturais, o segundo é a praticidade que permite aos professores “to
theorize from their practice and practice what they theorize” (p. 184) e o
último é a possibilidade que dá ênfase à importância de “larger social,
political, educational, and institutional forces that shape identity formation
and social transformation” (p. 184).
O autor ainda discute nesse capítulo indicadores pedagógicos de
professores e estudantes nas operações de ensino do pós-método. Ele analisa
como funciona o aprendiz do pós-método, o professor do pós-método e o professor
educador do pós-método. Ele conclui que utilizando os três parâmetros acima
citados é possível construir um contexto sensitivo no trabalho pedagógico
utilizando o pós-método.
Ao construir o livro em três partes, o autor conseguiu explicitar bem
como ocorre o ensino da língua inglesa. Entender os conceitos de input, intake e output é
essencial para poder saber como trabalhar com o ensino da língua. A partir do
momento que o professor entende que a ocorrência do input se dá através da disponibilidade e da acessibilidade ou que
há fatores do intake que podem afetar
na aprendizagem, se torna mais fácil conseguir entender a dinâmica de uma
classe de língua estrangeira.
Apesar disso, é importante destacar que os métodos de ensino podem ser
falhos, uma vez que os contextos da sala de aula mudam o tempo todo. Entender
conceitos e estudar sobre o ensino de língua estrangeira é de suma importância,
no entanto se prender a um método por resultar em uma atitude falha do
professor.
É por esse motivo que o autor destaca o pós-método na última parte do
livro. Ao desconstruir o conceito de método e inserir o pós-método no livro, o
autor mostra como há uma maneira para que haja autonomia do aluno e do
professor e para que a aula de língua estrangeira tenha mais qualidade ainda. O
pós-método defende, por exemplo, que o aluno tenha autonomia e aprenda a
aprender, o que pode ajudá-lo a compreender muito melhor a língua. O professor
do pós-método também teria mais liberdade de entender as particularidades de
cada aluno e as possibilidades, podendo assim dar uma aula de forma que a
língua estrangeira seja melhor absorvida.
Na prática, o pós-método é o conceito que faz mais sentido de ser
realmente aplicado em uma sala de aula. Ao enxergar cada aluno como individual
e ter a liberdade de trabalhar com isso, o professor pode desenvolver uma aula
com mais autonomia e mais possibilidade de aprendizado.
O livro Understanding Language
Teaching: From Method to Postmethod é de suma importância para todos
aqueles que são ou que pretendem ser professores de língua estrangeira e traz
um estudo interessante que pode ser muito atrativo para aqueles que estudam a
língua em qualquer viés. Um bom livro que cumpre bem o seu propósito.
ANEXO 4:
Resenha de artigos sobre a
Teoria do Caos e da Complexidade
O texto “Complexidade e Pensamento
Complexo”, de Humberto Mariotti,
é mencionado pelo autor como “um resumo didático”. Neste texto o autor disserta sobre
“complexidade” em treze tópicos e sobre “pensamentos linear, sistêmico e
complexo”.
De acordo com Mariotti é preciso compreender os sistemas complexos para
coexistir com eles, assim, a complexidade trata-se de um fato e não de um
conceito teórico. O autor menciona que para compreender a complexidade é
necessário “um sistema de pensamento aberto, abrangente e flexível — o
pensamento complexo”.
No texto o autor utiliza uma frase de Piaget: “Os fenômenos humanos são
biológicos em suas raízes, sociais em seus em seus fins e mentais em seus
meios” para definir que “a experiência humana é um todo bio-psico-social”, e,
desta forma, não se divide em partes e nem se reduz a qualquer delas.
O autor considera que o modelo mental linear o qual “A só poder ser
igual a A”, exclui tudo que não estiver de acordo com esta dinâmica. Este
modelo mental vem sendo seguido desde a antiguidade pelos sistemas de educação.
Ainda, segundo o autor, “essa lógica levou à ideia de que se B vem depois de A
com alguma frequência, B é sempre o efeito e A é sempre a causa (causalidade
simples)”, pode dificultar ou impedir a compreensão dos fenômenos complexos de
natureza bio-psico-social. Dessa forma, o modelo mental linear-cartesiano
baseia-se no empirismo e vem sendo questionado principalmente pelo pensamento
complexo.
Mariotti apresenta em seu texto alguns parâmetros básicos para que se
alcance “consensos sociais” sobre o mundo em que vivemos. Assim, o autor atenta
para a necessidade de complementaridade entre o modelo de pensamento linear e o
pensamento sistêmico, o qual: “O desenvolvimento sustentado precisa de um
modelo de pensamento que lhe dê sustentação e estrutura. Este é o pensamento complexo”.
O autor traz um exemplo prático de Joseph O’Connor e Ian McDermott sobre
o pensamento linear, sistêmico e complexo: “A Terra é plana?” E assim, com esta
teoria, consegue definir os três pensamentos de maneira que o leitor compreenda
melhor.
No texto de Mariotti também se encontram alguns princípios e benefícios
do pensamento complexo e o que se aprende por meio do pensamento complexo.
Dessa forma, o texto traduz de maneira objetiva sobre “o que é complexidade”.
No texto de Sérgio Luis Boeira “Paradigma
e Complexidade: Breve Introdução”, o autor inicia fazendo uma comparação
sobre “complexidade” em termos do senso comum e em termos científicos e
filosóficos. Para Boeira existem diversos níveis de complexidade. Ao discorrer
sobre paradigma, o autor compara a noção de paradigma nas obras de Thomas Kuhn
e Edgar Morin.
Boeira aponta que, de acordo com Kuhn, paradigma “era uma fase de
maturidade de uma disciplina científica”, ou seja, a ciência se distancia do
senso comum em sua fase madura. Já para Edgar Morin, paradigma “é uma noção que
ultrapassa as paredes das universidades [...]”, e assim supera até mesmo os
cientistas e remete para além das teorias científicas. Segundo o autor,
paradigma não pode ser teorizado, a não ser através de suas manifestações,
porém, nem tudo se manifesta num paradigma.
No texto, Boeira descreve sobre a noção de paradigma da complexidade que
resulta da crítica e da percepção dos fracassos do paradigma da simplificação,
este denominado “disjuntor-redutor”, assim, de acordo com o autor, “a visão
simplificadora se opõe à visão complexa, mas esta compreende e absorve aquela”.
Sobre o paradigma da complexidade, o autor defende que este está em
constante transformação e, por isso, para sua manifestação, necessita de
criatividade e cautela dos indivíduos.
O artigo “Complexidade e
transdisciplinaridade em educação: cinco princípios para resgatar o elo perdido”, da autora Akiko Santos, discorre sobre a potencialidade de alguns
princípios, organizados por diferentes teóricos de diversas áreas, no intuito
de resgatar um sentido do conhecimento para a vida, elo perdido com a prática
de sua fragmentação. Assim, o artigo apresenta os cinco princípios: princípio
holográfico, princípio da transdisciplinaridade, princípio de complementaridade
dos opostos, princípio da incerteza e princípio da autopoiese. Esses princípios
estão ligados à teoria da complexidade e transdisciplinaridade.
O primeiro princípio citado pela autora é “princípio holográfico”, o
qual “afirma que a parte não somente está dentro do todo, como o próprio todo
também está dentro das partes” (Morin, 1991).
O segundo é o “princípio da
transdisciplinaridade” que surgiu com o teorema de Gödel, em 1931, o
qual propôs “distinguir vários níveis de realidade” (SANTOS, 2008, p. 74). E assim,
conforme aponta Santos:
A
transdisciplinaridade propõe-se a transcender a lógica clássica, a lógica do
“sim” ou “não”, do “é” ou “não é”, segundo a qual não cabem definições como
“mais ou menos” ou “aproximadamente”, expressões que ficam “entre linhas
divisórias” e “além das linhas divisórias”, considerando-se que há um terceiro
termo no qual “é” se une ao “não é” (quanton). E o que parecia contraditório em
um nível da realidade, no outro, não é (SANTOS, 2008, p. 74).
Dessa forma, a lógica quântica inovou e definiu um terceiro termo T,
diferentemente da lógica clássica. Isso mostra que a transdiciplinaridade
trouxe uma nova compreensão da realidade e, na visão da autora, potencializa a
aprendizagem ao utilizar imagens e conceitos. A autora mostra de maneira clara
a importância dos temas transversais que articulam os conhecimentos entre as
disciplinas e assim ultrapassam as fronteiras de cada disciplina facilitando
uma concepção mais relevante do conhecimento e também da vida.
Em “princípio de complementaridade dos apostos” a autora cita Niels Bohr
(1961), o qual ganhou o prêmio Nobel de Física em 1992 e propôs a noção de
complementaridade, noção esta que passou a ser utilizada na descrição dos
fenômenos naturais. Os novos conceitos sugeridos pela física quântica causaram
rejeição entre os físicos da época. Assim como os físicos relutaram para
aceitar os novos conceitos, o homem também é educado nos moldes duais e repete
velhos conceitos.
De acordo com Santos,
Ao articular os
opostos, o princípio da complementaridade opõe-se à dicotomia dos binários,
remetendo o olhar para o nível de realidade integrada, isto é, razão “e”
emoção, indivíduo “e” sociedade, saúde “e” doença, subjetivo “e” objetivo,
sapiens “e” demens, bem “e” mal, clausura “e” abertura das crenças ou das
teorias. Impõe-se colocar a conjunção “e” para significar a junção, a
associação, a articulação desses pares (SANTOS, 2008, p. 77).
Assim, para a autora, no processo de ensino e aprendizagem, a
unilateralidade tem causado incompreensões pelo fato de dicotomizar e exaltar
apenas uma das características dos binários.
O “princípio da incerteza” origina-se na elaboração matemática de Werner
Heisenberg (1962), o qual também foi Nobel de Física em 1932, demonstrando a
imprevisibilidade do comportamento das partículas. Conforme a autora aponta: “O
princípio da incerteza está integrado à vida e é íntimo dos seres humanos, que
o manipulam em razão da sua própria sobrevivência” (SANTOS, 2008, p.78). Já a
certeza remete ao homem normalidade, entretanto, uma normalidade não absoluta
(SANTOS, 2008).
Por fim, há o “princípio da autopoiese”, termo empregado por Maturana e
Varela (1995). Os pesquisadores concluíram em suas pesquisas “que todo ser vivo
é um sistema autopoiético, ou seja, que se auto-organiza e autoconstrói”
(SANTOS, 2008, p. 80). Segundo a autora, este conceito, na prática do
magistério, remete a uma metodologia a qual o aluno consiga produzir seu
próprio conhecimento.
O artigo “Um Modelo Caótico de
Desenvolvimento Reflexivo da Profissionalidade de Professores de Línguas”,
redigido por Elaine Ferreira do Vale Borges, Doutora em Educação pela
Universidade de São Paulo, professora Adjunta na Universidade Estadual de Ponta
Grossa – UEPG e Líder do Grupo LinC/CNPq, apresenta uma discussão a respeito do
desenvolvimento de professores de línguas. O artigo é composto por cinco
seções: “Modelos de ensino reflexivo na formação de professores; Concepções de
linguagem na Licenciatura em Letras; Sistemas caóticos e atratores como
metáforas na profissionalidade docente; Metodologia de investigação e Um modelo
de desenvolvimento reflexivo da profissionalidade de professores de línguas na
perspectiva de sistema caótico”.
Segundo Borges, o artigo trata sobre “a necessidade da discussão de
modelos de formação reflexiva que reflitam o fenômeno do desenvolvimento
docente como um sistema adaptativo complexo (SAC)” (2016, p. 365),
especialmente em relação ao ensino e para aquisição de uma segunda língua.
No que diz respeito à formação inicial dos professores, diferentes
vertentes têm discutido sobre o desenvolvimento da docência e, dessa forma, a
autora discute sobre profissionalidade (processo interno) e profissionalização
(processo externo). Ela considera que tanto a profissionalidade quanto a
profissionalização resultam em sistemas no sistema desenvolvimento reflexivo.
No entanto, o enfoque se dá no sistema profissionalidade, que, de acordo com
Borges:
[...]
primeiro, procurando entender (mapear) quais os comportamentos provisórios
(atratores caóticos) desse sistema, no âmbito da linguagem na formação inicial
de professores de línguas – entendendo esses atratores como as condições
iniciais do sistema; segundo, buscando traçar ações (informar, interrogar,
perturbar, avaliar, redirecionar) que possam ser implementadas para a geração
de outros comportamentos (também provisórios); terceiro, visualizando formas de
reiniciar (realimentar) o processo com novas situações (condições iniciais)
para reflexão, mantendo o fluxo dinâmico do sistema em desenvolvimento (2016,
p. 374).
Desse modo, a autora concebe as concepções de linguagem como os subsistemas mais importantes aninhados à profissionalidade do professor de línguas e um modelo caótico de desenvolvimento reflexivo, conforme apresentado, pode promover ações consistentes no desenvolvimento dessa profissionalidade no início da formação.
ANEXO 5:
Resenha da Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Médio
Na BNCC do Ensino Médio, são discutidas quais são as finalidades do
Ensino Médio e qual é o seu papel na formação do jovem. Segundo o artigo 35 da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Ensino Médio deve contemplar:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina
(p. 489).
Dessa maneira, o Ensino Médio pretende prosseguir com os estudos do
Ensino Fundamental e ainda preparar o aluno para o mundo exterior, para que ele
possa ter um bom processo de adaptação quando sair da escola. Além disso, o
aluno deve ter uma formação ética e ser capaz de relacionar a teoria e a
prática de cada disciplina.
A LDB, entretanto, não deixa claro como se deve atingir essas
finalidades e, por conta disso, as Diretrizes Curriculares Nacionais explicita
isso através da criação de “quatro ‘dimensões’ indissociáveis: trabalho,
ciência, tecnologia e cultura (2016, p. 490 apud
BRASIL, 2013, p. 161).
O trabalho significa “preparar-se para prover seu próprio sustento e,
muitas vezes, o de outros que deles dependem” (p. 490), a tecnologia é o “saber
instrumental que vai da posse da escrita à operação de máquinas” (p. 491), a
ciência é entendida como “a capacidade de mobilizar o conhecimento científico
para questionar e analisar ideias e fatos em profundidade, avaliar a
confiabilidade de informações e dados e elaborar hipóteses e argumentos com
base em evidências” (p. 491) e, por fim, a cultura “envolve dimensões
estéticas, éticas e políticas, no sentido de cultivar a sensibilidade para o
cuidado de si e do outro, a atenção ao mundo no qual se vive e pelo qual é
preciso responsabilizar-se” (p. 492).
A BNCC propõe ainda quatro eixos de formação para o ensino médio, sendo
eles: “pensamento crítico e projeto de vida, intervenção no mundo natural e
social, letramentos e capacidade de aprender, solidariedade e sociabilidade”
(p. 493).
O Ensino Médio foi planejado com base
a) da caracterização
dos sujeitos a serem formados;
b) da sua relação com
as etapas anteriores;
c) das finalidades
prescritas pela LDB;
d) do entrelaçamento
das dimensões formativas descritas nas DCN e dos eixos de formação;
e) da ideia de
formação integral, não restrita a percursos profissionalizantes ou
pré-universitários (p. 494).
Na BNCC ainda são indicados dois caminhos de integração que devem
acontecer no ensino integral. O primeiro deles diz respeito “às contribuições
dos vários componentes curriculares para a efetivação da formação integral
pretendida” (p. 494) para que haja, dessa forma, um ensino mais
interdisciplinar. O segundo diz respeito aos “temas integradores” que são: “1)
Economia, educação financeira e sustentabilidade [ES]; 2) Culturas africanas e
indígenas [CIA]; 3) Culturas digitais e computação [CD]; 4) Direitos humanos e
cidadania [DHC]; 5) Educação ambiental [EA]” (p. 495).
Os temas integradores juntamente com os eixos de formação do Ensino
Médio “estabelecem vínculos entre o que se apresenta como formação geral e a
formação técnica profissional” (p. 496). A estrutura da EPT (Educação
Profissional e Tecnológica) é composta por 13 eixos tecnológicos e esses eixos
compreendem “os fundamentos científicos, sociais, organizacionais, econômicos,
políticos, culturais, ambientais, estéticos e éticos que alicerçam as
tecnologias e a contextualização do mesmo no sistema de produção social” (p.
497). Dessa maneira, é possível ter tanto uma formação geral como também uma
formação profissional em diversas áreas, como por exemplo na Língua Estrangeira
Moderna.
A área de Linguagens do Ensino Médio inclui Arte, Educação Física,
Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna. O objetivo dessa área é
consolidar e aprofundar as “diversas habilidades de linguagem, através da
interação vigorosa em campus de atuação diversos, vinculados com o
enriquecimento cultural próprio, as práticas cidadãs, o trabalho e a
continuação dos estudos” (p. 501) e, dessa forma, constituir um aluno que tenha
conhecimento sobre cultura e linguagens e que, ao sair da escola, esteja
preparado para aquilo que se deparar.
Na Língua Estrangeira Moderna enfatiza-se que o ensino de uma língua
está diretamente ligado com a cultura, a política e a sociedade e, por isso,
ela também é capaz de expressar “valores que são construídos nas práticas
sociais” (p. 514). Os objetivos do ensino da Língua Estrangeira Moderna no
Ensino Médio são os mesmos do Ensino Fundamental e, ao concluir o Ensino Médio,
o estudante deverá entender melhor da vivência em grupo, de outras culturas e
também ser capaz de compreender valores atrelados entre uma língua e o seu
povo, assim como de se comunicar em diferentes situações.
ANEXO 6:
Referências bibliográficas
dos textos resenhados:
BOEIRA, Sérgio
Luís. Paradigma e Complexidade: Breve Introdução.
BORGES, Elaine
Ferreira do Vale. Um modelo caótico de desenvolvimento reflexivo da
profissionalidade de professores de línguas. ReVEL, v. 14, n. 27, 2016.
BRASIL. Ministério
da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Ministério da
Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão. Brasília: MEC, 2016.
KUMARAVADIVELU, B. Understanding Language Teaching: From
Method to Postmethod. Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2006,
258 p.
LIGHTBOWN, Patsy M.; SPADA,
Nina. How Languages are Learned. Oxford University Press, 1993, 135 p.
MARIOTTI,
Humberto. Complexidade e pensamento complexo (Texto introdutório). São Paulo:
Editora Palas Athena, 2000.
RAMOS,
Roberto. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa. Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008.
Editora UFPR.
SANTOS,
Akiko. Complexidade e transdisciplinaridade em educação: cinco princípios para resgatar o elo perdido.
Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, jan/abr, 2008.
ANEXO 7:
Plano de aula:
Aula
1
Objetivos
·
Proporcionar
a interação entre os alunos;
·
Desenvolver
o conhecimento sobre o tema abordado.
Metodologia
Passo
1: Iniciaremos a aula perguntando a eles
o que eles consideram como “bom comportamento” fora de casa, em interações com
as demais pessoas?
Passo
2: Apresentação do tema.
Passo
3: Escrever os seguintes valores (em inglês) que são considerados importantes
para a formação da cidadania, eles deveram numerar esses valores de acordo com
sua importância.
Cooperation (cooperação): onde o aluno percebe que a troca de conhecimentos e a sua participação são fundamentais para a concretização de uma atividade;
Sincerity(sinceridade): quando buscamos confiança nos outros, mas principalmente quando exercemos nossa própria sinceridade, estando certos ou não em nossas ações;
Pardon(perdão): perdoar é não guardar ressentimento contra ninguém, é se livrar das amarras impostas pelo rancor;
Respect
(respeito): princípio básico para receber respeito. Quem não desenvolve o
hábito de respeitar os outros, acaba não sendo respeitado;
Dialogue (diálogo):
para resolver impasses, divergências de opiniões, nada melhor que o diálogo, a
conversa de qualidade que coloca os pingos nos “is”. Conversar, trocar ideias e
buscar explicações sem acusar o outro é uma forma de se livrar dos embaraços;
Solidarity(solidariedade):
essa é a palavra que vincula afetivamente entre as pessoas. Ser solidário é uma
grande virtude, o sujeito demonstra sua preocupação com o outro, ajudando a
construir uma sociedade mais justa;
Do not attack (não agredir): violência gera violência, isso todo
mundo sabe, portanto não se deve agredir ninguém com palavras e muito menos
fisicamente;
Goodness
(bondade): esta é uma forma de demonstrar respeito ao seu semelhante. Ser
bondoso e atencioso com as pessoas só faz com que receba bondade dos outros.
Bem diz o ditado “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, ou seja, a
pessoa que causa o sofrimento do outro, receberá o mesmo tratamento.
Fraternity (fraternidade):
é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa
humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.
Passo
4: Discussão sobre as perguntas a seguir com os alunos e do que eles conhecem
do conceito de cidadania.
Quais os direitos e deveres dos
indivíduos?
Quais são as ações que tornam um
sujeito coletivo?
Como a coletividade está presente
em sua comunidade?
Recursos: quadro e giz.
Aula
2
Objetivos:
·
Aprimorar
o conhecimento dos alunos em relação a forma interrogativa e negativa do verbo to be.
·
Resolução
dos exercícios referentes a gramática trabalhada.
Metodologia:
Passo1: Passar no quadro a forma interrogativa e
negativa do verbo to be.
Verbo To be, forma negativa e forma interrogativa
Para usar a forma negativa do
verbo to be é necessário acrescentar
a palavra “not” ao final do verbo da forma afirmativa.
I am
|
I am
not
|
I’m not
|
You are
|
You are not
|
You
aren’t
|
He is
|
He is
not
|
He
isn’t
|
She is
|
She is
not
|
She
isn’t
|
It is
|
It is
not
|
It
isn’t
|
we are
|
We are
not
|
We
aren’t
|
you are
|
You are
not
|
You
aren’t
|
they
are
|
They
are not
|
They
aren’t
|
Para usar a forma interrogativa,
é preciso inverter a posição do pronome pessoal com o verbo.
I am
|
Am I?
|
You are
|
Are
you?
|
He is
|
Is he?
|
She is
|
Is she?
|
It is
|
Is it?
|
We are
|
Are we?
|
You are
|
Are
you?
|
They
are
|
Are
they?
|
Passo
2: Entregar as seguintes atividades referentes a forma afirmativa e negativa do
verbo to be.
Passo
3: Esclarecer duvidas referentes a gramática.
Passo
4: Correção das atividades desenvolvidas.
Atividades:
1. Complete as seguintes frases
na forma negativa e interrogativa:
Exemplo:
Are you sick?
No,
I am not sick
Is
she a teacher?
No, she is not a teacher
a.
____ I wrong? No, I am _____ wrong.
b.
____ he a student? No, He _____ a student
c.
_____ they a couple? No, they _____ a couple
d.
_____ it an animal?No, _____ an animal.
e.
_____ she fine? No, ______ fine.
f.
_____ he at work now?No, _____ at work.
g.
_____ you hungry? No, _____ hungry
h.
_____ they at home?No, ______ at home.
i.
______ she going to school now?No, _____ going to school now.
2. Escreva as formas negativas e
interrogativas das frases a seguir.
a. I am beautiful
b.
You are my best friend.
c.
He is a very
good actor.
d.
She is my
cousin.
e.
It is a smart dog.
f.
We are English teachers.
g.
You are good students.
h.
They are ready?
Recursos: quadro, giz e papel A4.
Aula3
Objetivos:
Aprimorar os conhecimentos da
aula anterior sobre gramática.
Ampliar a compreensão a respeito
da temática trabalhada.
Metodologia
Passo 1: Revisão do conteúdo passado na aula anterior sobre o verbo To be.
Passo 2: Dividir os alunos em
duplas.
Passo
3: Resolução da atividade avaliativa a seguir com base nos conhecimentos sobre
cidadania e coletividade.
1. Responda de acordo com a
figura, use a forma afirmativa, negativa e interrogativa do verbo to be.
Is
he a good citizen?
_________________
______________?
Yes,
they are collective people
Are they citizens?
_____________
________________?
No,
they are not citizens
Is
he a collective person?
____________________
Are they citizens?
_______________
_______________?
Yes,
he is a good citizen
________________?
Yes,
she is a collective person.
Is he a collective person?
_________________
Recursos: Giz, quadro, papel A4.
Aula 4
Objetivos:
·
Promover a interação e a coletividade entre os
alunos.
·
Desenvolver a escrita e a pronuncia do inglês.
Metodologia:
Passo 1: Expor frases (frases que
já foram trabalhadas em aulas anteriores) embaralhadas no quadro, os alunos
deverão ir até o quadro com três jogadores;
Passo 2: Dividir a sala em grupos
para realização da atividade.
Passo 3: Auxiliar no andamento do
jogo.
Atividade:
·
Um
dos jogadores estará vendado, o outro colocará a frase na ordem correta com a
ajuda do restante da equipe;
·
Um
aluno deverá orientar quem está vendado, dando as direções até o quadro e
auxiliando na escrita;
·
O
aluno vendado deverá escrever a frase corretamente sem poder tirar a venda, somente
com a ajuda de seus colegas.
·
Um deles pronunciará as palavras enquanto o
outro ajuda para que o colega escreva corretamente no quadro;
·
Quem
acertar o maior número de frases e trabalhar melhor em equipe será o ganhador.
Recursos: Giz, quadro, venda e papel A4.
Aula 5
Objetivos
·
Expor
o aprendizado referente as aulas anteriores do plano.
·
Coletividade
entre os alunos para realização da atividade.
Metodologia:
Passo
1: Dividir a sala em grupos.
Passo
2: Entrega do material para efetuar a atividade.
Passo
3: Auxiliar os alunos na escrita e no desenvolvimento dos cartazes.
Passo
4: Exposição dos cartazes.
·
Elaboração
de cartazes para fixar na escola com exemplos (desenhos, gravuras) sobre as
palavras-conceito trabalhadas na primeira aula, escrevendo embaixo frases
explicativas com o verbo to be.
Recursos: Cartolina, lápis de cor,
canetinha e giz de cera.
ANEXO 8:
Fotos das atuações:
ANEXO 9:
Certificado V SIEPE – DIREITOS HUMANOS: DIALOGANDO
SOBRE A DIVERSIDADE
ANEXO 10:
Relatório de atividades de agosto a fevereiro de 2018.
Atividades desenvolvidas:
Iniciamos as
atividades do PIBID do segundo semestre em agosto de 2017 com a revisão dos
planos de aula desenvolvidos no primeiro semestre relacionados a Relações
humanas e responsabilidade social. Entre os meses de agosto e setembro foram
realizadas as observações e atuações respectivamente, o plano de aula foi
aplicado no colégio Trajano Grácia no período vespentino, para as turmas do 6º
ano A e 6º ano B, foram ao total duas aulas de observações e cinco aulas
dedicadas a atuação e execução dos planos de aula.
No decorrer do mês
de outubro foram produzidas as oficinas do PIBID e também as apresentações para
a V SIEPE - Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão, o evento concedeu
espaço para que os Pibidianos expusessem os planos de aula, o projeto
desenvolvido no primeiro semestre de 2017 e também a apresentação de maneiras
diversificadas de ensinar a Língua Inglesa com as oficinas.
Durante os meses de agosto e dezembro leituras orientadas foram
aplicadas para a futura produção de resenhas, as leituras foram referentes ao livro
“How Languages are Learned” (LIGHTBOWN, SPADA, 1993), da Base Nacional Comum
Curricular do Ensino Fundamental (BRASIL, 2017) e do Ensino Médio (BRASIL,
2016), de alguns capítulos do livro “Understanding Language Teaching: From
Method to Postmethod” (KUMARAVADIVELU, 2006) e também de alguns artigos que
tratavam sobre a Teoria do Caos e da Complexidade (BORGES, 2016; SANTOS, 2008;
RAMOS, 2008; MARIOTTI, 2000; BOEIRA). Depois de concluir cada uma dessas
leituras, foram realizadas resenhas de cada um dos textos. Por
fim nos meses de janeiro e fevereiro de 2018 a escrita das resenhas, referentes
as leituras dos meses anteriores, foram formuladas e as atividades semestrais
finalizadas.
ANEXOS
ANEXO 1:
Resenha do livro: How Languages are Learned
O capítulo “Learning a first language”, do livro “How Languages are
Learned” escrito por Pastsy M. Lightbown e Nina Spada, trata sobre como
acontece a aquisição da primeira língua de acordo com três teorias, que são o
behaviorismo, o inatismo e o interacionismo.
Para o behaviorismo, uma teoria da psicologia, o aprendizado de uma
língua ocorre através do hábito e da imitação. Ao imitar um som ou um padrão e
receber um estímulo positivo por isso, a criança acaba adquirindo uma
linguagem.
Os processos primários para a aquisição de uma língua, segundo o
behaviorismo, são a imitação e a prática, sendo a imitação: “word for word repitition of all or part of
someone else’s utterance” (1993, p. 2) e a prática: “repetitive manipulation of form” (1993, p. 2). Sobre a imitação, é
importante enfatizar que a criança, mesmo quando somente imita, escolhe imitar
coisas de acordo com algo que já sabe, e não somente imita o que está
“disponível” no ambiente em que ela está (1993, p. 3).
Já para o inatismo, teoria de Noam Chomsky, as crianças são
biologicamente programadas para a linguagem, a qual se desenvolve da mesma
maneira que outras funções biológicas (1993, p. 7). Ou seja, contestando o
behaviorismo, o inatismo diz que o ambiente cumpre um papel básico para o
aprendizado da criança, o qual acontece porque têm pessoas que conversam com
ela, e o resto do procedimento é feito pelo próprio processo biológico da
criança.
Chomsky criou então o conceito de language
acquisition device (LAD), que é uma habilidade especial que as crianças têm
de saber todos os princípios que são universais a todas as linguagens humanas,
prevenindo as crianças de errar muito ao tentar descobrir as regras da língua e
as faz cometer alguns erros coerentes e não totalmente aleatórios. Segundo
Lightbown e Spada,
For the LAD to work, the child needs acces only to samples of the
natural language. These language samples serve as a trigger to activate the
device. Once it is activated, the child is able to discover the structure of
the language to be learned by matching the innate knowledge of basic gramatical
relationships to the structures of the particular language in the environment
(1993, p. 8).
Mais tarde, o nome desse conceito mudou para Universal Grammar (UG), que consiste em todas essas regras que são
comuns a todas as línguas. Chomsky reuniu então algumas evidências para
comprovar a sua posição: 1) todas as crianças aprendem um sistema complexo como
a língua em menos tempo esperado para aprender algo tão complicado quanto isso;
2) as crianças dominam a estrutura básica de seu idioma nativo em várias
condições; 3) a linguagem à qual as crianças são submetidas não contém todos os
exemplos para as informações que elas têm; 4) os animais não conseguem aprender
um sistema de signos tão complexo da mesma forma que as crianças conseguem; 5)
as crianças desempenham a tarefa de aquisição sem precisar de alguém que fique
mostrando quais frases são gramaticais e quais são agramaticais (1993, p. 9).
Outra teoria de Chomsky diz respeito ao critical period hyphothesis (CPH), que é o período no qual uma
pessoa seria capaz de adquirir uma língua. Essa teoria tem duas versões: a
forte diz que as crianças precisariam adquirir sua primeira linguagem até a
puberdade ou nunca mais conseguiriam adquiri-la, e a fraca diz que após a
puberdade ficaria mais difícil aprender e o aprendizado seria incompleto (1993,
p. 11).
Há ainda o interacionismo, que defende que a língua se desenvolve como
resultado de uma interação direta entre a criança e outra pessoa. Por exemplo,
quando uma mãe fala diretamente com uma criança e tenta entender as suas
“pistas” e se comunicar com ela. Uma criança que não tenha esse contato também
irá adquirir a linguagem, mas ela teria que ter contato com conversas de
adultos para adquiri-la e talvez isso fosse menos eficiente do que uma
interação direta.
Para a aquisição da primeira língua, o inatismo é uma das teorias que
reuniu mais evidências e que é possível observar a sua ocorrência na prática
quando se acompanha o crescimento de uma criança e o desenvolvimento de sua
língua materna. A rapidez com que uma criança aprende uma língua, mesmo com
toda a sua complexidade, é um feito humano muito fascinante.
O próximo capítulo do livro, chamado “Theories of second language
learning”, dá continuidade ao primeiro e trata sobre como uma segunda língua é
aprendida de acordo com diversas teorias, como o behaviorismo, a teoria
cognitiva, a teoria da construção criativa e o interacionismo.
De acordo com o behaviorismo, o aprendizado acontece de acordo com o
hábito. As pessoas que estão aprendendo recebem contribuições de falantes
nativos no seu ambiente e também reforço positivo e correção, formando assim um
hábito. No entanto, como a aquisição da linguagem está relacionada a isso,
muitas características da primeira linguagem podem se repetir na segunda e,
para isso, foi formado o conceito de contrastive
analysis hypothesis (CAH) que prevê que onde há similaridades entre a
primeira e a segunda linguagem, o aprendiz terá mais facilidade, e onde há
diferenças, o aprendiz terá mais dificuldade (1993, p. 23).
A teoria cognitiva vê a aquisição da segunda linguagem como um sistema
de construção de conhecimento que, gradualmente, vai se tornando automático.
Quando uma pessoa está aprendendo a língua, ela precisa prestar atenção em
todos os aspectos, mas aos poucos isso vai se tornando automático e o falante
nem percebe que ele já constrói sentenças sem pensar muito sobre isso. No
entanto, foi observado que algumas coisas que o aprendiz usa automaticamente
não podem ser explicadas pelo conhecimento adquirido gradualmente e que pode
ser que haja algum conhecimento prévio que a pessoa carrega e que se encaixa de
alguma forma no sistema que já existe, podendo assim “reestruturar” o sistema
(1993, p. 25).
A teoria da “construção criativa” (creative
construction theory) defende que quem está aprendendo uma segunda linguagem
constrói representações internas da língua que está sendo aprendida, como
“imagens mentais” da outra língua, as quais levam para a aquisição do sistema
completo da segunda língua. Essa teoria também diz que os aprendizes não
precisam necessariamente falar e escrever para adquirir uma segunda língua e
que ouvir e ler são o suficiente para que ocorra a aquisição (1993, p. 26).
Stephen Krashen criou cinco “modelos monitores” para a aquisição da
segunda linguagem, que são: 1) The
acquisition-learning hypothesis: há duas maneiras de adquirir uma língua,
pela aquisição ou pelo aprendizado. Pela aquisição, a pessoa adquire a língua
sem se preocupar com regras ou formas, mas sim com o conteúdo, e pelo
aprendizado, ela presta atenção à forma e a corrige; 2) The monitor hypothesis: o sistema adquirido opera para iniciar os
enunciados do aprendiz e é responsável pela fluência e julgamentos intuitivos
para a correção, já o sistema aprendido apenas monitora e corrige o que o
sistema adquirido produziu; 3) The
natural order hypothesis: o aprendiz adquire as regras da linguagem em uma
sequência previsível e de maneira natural, sem ser necessariamente na ordem da
regra mais simples para a mais complexa; 4) The
input hypothesis: essa hipótese defende que o aprendiz somente aprende a
linguagem quando entende as mensagens que recebe; 5) The affective filter hypothesis: o aprendiz é afetado por condições
como raiva, ansiedade e tédio e cria uma barreira para o aprendizado da segunda
língua (1993, p. 27-28).
Para o interacionismo, é importante que haja uma interação entre o
aprendiz e um falante nativo e que o falante nativo adapte a sua língua de modo
que se torne mais compreensível para o aprendiz, utilizando a hipótese de que o
aprendiz somente aprende outra língua quando entende as mensagens que recebe.
Para o aprendizado de uma segunda língua, cada teoria e hipótese tem uma
função essencial. O behaviorismo, a teoria cognitiva, a teoria da “construção
criativa” e o interacionismo se complementam e todos parecem muito eficientes
quando reunidos para que haja o aprendizado de uma segunda língua.
Ao aprender uma segunda língua, há alguns fatores que podem atrapalhar a
aprendizagem. Isso é tratado no terceiro capítulo do livro, chamado “Factors
affecting second language learning”, no qual são discutidos como os fatores
inteligência, aptidão, personalidade, motivação e atitudes, estilo de
aprendizagem e idade de aquisição influenciam no aprendizado de uma segunda
língua.
A inteligência é um importante fator para a aprendizagem de uma segunda
língua, no entanto ela contribui para que o aprendiz desenvolva melhor algumas
partes específicas mais formais da língua, como por exemplo a leitura e a
escrita, mas a atividade oral pode ser mais fraca nesses casos.
A aptidão ainda é um fator que está sendo analisado porque não tem uma
definição clara de quais são as habilidades que a constituem. Contudo, alguns
testes que estão sendo feitos para ver se os aprendizes têm uma aptidão para a
segunda língua incluem habilidades como: 1) identificar e memorizar novos sons;
2) entender como as palavras funcionam gramaticalmente nas frases; 3) entender
as regras gramaticais através de amostras da língua; e 4) memorizar novas
palavras (1993, p. 38).
Ainda não se chegou a nenhuma conclusão a respeito de como a
personalidade pode afetar o aprendizado de uma nova língua apesar de alguns
estudos na área, mas há uma suposição de que a personalidade pode ter um papel
mais importante na competência comunicativa (a habilidade de se comunicar em
diversas situações com outra língua) do que na aquisição da linguagem em si. No
entanto, alguns estudiosos acreditam que a personalidade combinada com algum
outro fator pode afetar a aquisição da linguagem.
A motivação e as atitudes são outros fatores sendo estudados com relação
à aquisição da linguagem. Há, no entanto, uma controvérsia onde não se sabe se
a motivação faz a pessoa aprender mais ou se aprender mais motiva a pessoa a
continuar. A motivação pode ser definida em dois fatores: as necessidades de
comunicação do aprendiz e suas atitudes com relação à comunidade do segundo
idioma. Dessa forma, se a pessoa está motivada a aprender um segundo idioma
porque quer muito um emprego, ela tende a continuar aprendendo, assim como se
uma pessoa tem contato com pessoas de outra comunidade linguística e gosta
dessa interação, ela também tende a continuar aprendendo. Por outro lado, esses
fatores podem ser ruins e desmotivar o aprendiz.
O estilo de aprendizagem é um grande fator que pode contribuir muito
para o aprendizado de um novo idioma. Ao descobrir qual é a melhor forma de
aprendizado (ouvindo, escrevendo, lendo, etc), o aprendiz pode aprender melhor
do que alguém que está sendo forçado a aprender de uma maneira que não tem
tanta habilidade.
Para ter um domínio nativo da língua, é importante que a criança seja
apresentada ao segundo idioma desde cedo, entretanto isso não deve desencorajar
as pessoas mais velhas que também podem adquirir altos níveis de proficiência
em sua segunda linguagem. Isso ocorre devido a vários fatores, mas um deles que
contribui muito é que adultos geralmente tem menos tempo para se dedicar aos
estudos do que crianças, assim como também muitas vezes tem uma pressão maior
de aprender mais rápido e se comunicar o quanto antes, dificuldade pela qual
dificilmente as crianças passam. A idade é sem dúvida um fator muito importante
para a aquisição da segunda língua, mas há outros fatores como motivação,
inteligência, estilo de aprendizagem, etc, que podem influenciar cada pessoa
individualmente. E é importante não desistir do aprendizado de uma nova língua
quando se tem oportunidade a ele.
A motivação é um fator muito importante, porque é capaz de atingir todas
as pessoas e não é restrito somente a pessoas com algumas habilidades
cognitivas mais desenvolvidas, como inteligência, aptidão, personalidade, entre
outros. Se o aprendiz está motivado a aprender algo novo, ele se torna mais
presente no ensino e consegue se desenvolver melhor por desejar muito aquilo,
independentemente de suas outras habilidades. Seria bom, portanto, que os
professores trabalhassem mais com a motivação e encontrassem maneiras de
incentivar os seus alunos a quererem aprender uma nova língua.
No próximo capítulo, chamado
“Learner language”, é feito uma relação entre a aquisição da primeira linguagem
e o aprendizado da segunda e são apresentados os estados sistemáticos,
previsíveis e uma sequência de aquisição que acontecem nas duas situações de
aquisição de uma língua.
A construção do conhecimento das crianças com relação às regras
gramaticais ocorre de maneira sistemática e previsível, não necessariamente ao
mesmo tempo em todas as crianças, mas na mesma sequência. É importante
enfatizar que a maneira que as crianças falam a língua não é uma versão
“incorreta” da maneira que os adultos falam e sim um sistema próprio que se
desenvolve aos poucos até chegar ao sistema usado pelos adultos (1993, p. 54).
Foi observado que muitos erros das pessoas que estão aprendendo uma
segunda língua são familiares aos erros que uma criança comete ao adquirir sua
primeira língua. Isso mostra que é mais raro um adulto transferir regras da
primeira língua para a segunda e que é mais comum que ele cometa os mesmos
erros que as crianças cometem e é esse fato que torna possível que haja uma
sequência de aquisição (1993, p. 55).
Na aquisição da segunda língua, o aprendiz carrega características da
sua primeira língua, da segunda língua e também algumas características que
parecem ser comuns a todas as pessoas em fase de aquisição. Para isso, a
pesquisadora Larry Selinker deu o nome de “interlanguage” (1993, p. 55).
O aprendizado da língua ocorre de maneira muito parecida entre crianças
e adultos com relação à aprendizagem dos morfemas, das sentenças negativas, de
como formar questões e das cláusulas relativas.
É importante enfatizar, no entanto, que algumas pessoas vão desenvolver
mais rápido algumas dessas características de acordo com a sua necessidade de
aprendizado e que esses estágios não são como “portas fechadas” (1993, p. 67).
Mesmo que seja observado um padrão, cada pessoa tem o seu ritmo individual de
aprendizagem e vai aprender à sua maneira.
Neste capítulo é demonstrada uma controvérsia se a aprendizagem de uma
segunda língua é individual ou similar a todas as pessoas. Dessa forma, a
individualidade prevalece, afinal cada pessoa tem uma forma específica de
aprender um conteúdo e de absorvê-lo e o padrão de aquisição, mesmo que seja
observado em diversos casos, não é universal.
Por último, são tratadas as formas de aprendizagem de inglês dentro da
sala no capítulo “Second language learning in the classroom” e são apresentados
os métodos “get it right from the
beginning”, “say what you mean and
mean what you say”, “just listen”,
“teach what is teachable” e “get it right in the end”.
O método “get it right from the
beginning” se baseia no princípio behaviorista de que os aprendizes
precisam construir o seu conhecimento da língua gradualmente praticando somente
as formas corretas (1993, p. 79). Ou seja, o professor deve corrigir quaisquer
erros para que o aluno aprenda a maneira certa de falar desde o começo. Os
estudos concluíram, no entanto, que essa não é a maneira mais eficiente de
ensinar uma segunda língua, afinal o aluno não vai se sair tão bem em situações
de comunicação espontânea por não ter tido tanto contato com a fala e por se
preocupar muito com a maneira correta de falar.
Baseado no interacionismo, o método “say
what you mean and mean what you say” segue o princípio de que os aprendizes
precisam ter acesso a frases que eles entendam na comunicação entre aluno e
professor. Eles apontam que quando os estudantes podem engajar em uma conversa
eles podem “negociar significados”, ou seja, adaptar a conversa da sua forma de
modo que ela fique compreensível (1993, p. 83). O principal problema desse
método é que é baseado em uma teoria ainda não totalmente testada de que alguns
tipos específicos de interação levam para uma bem sucedida aquisição da segunda
língua e ainda não se tem certeza disso (1993, p. 88).
O método “just listen” defende
que não é preciso uma interação direta para que se adquira uma segunda língua,
mas que somente escutando e lendo discursos compreensíveis seja possível
adquiri-la (1993, p. 88). Esse método parece ser eficiente no desenvolvimento
de compreensão e interação básica nos primeiros estágios de aprendizagem,
contudo não é suficiente para que se chegue a níveis avançados no aprendizado
na segunda língua (1993, p. 91-92).
O método “teach what is teachable”
consiste em ensinar aquilo que seja possível aprender. Já foi observado que
algumas coisas no ensino das línguas são “developmental”
e só podem ser ensinadas em uma sequência determinada, e outras coisas são “variational” e podem ser aprendidas em
vários pontos no meio da aprendizagem e que, portanto, algumas pessoas podem
pular alguns “estágios” do ensino (1993, p. 92). Esse método não é muito bom,
no entanto, para o aprendizado da segunda língua, porque “pular” os estágios da
língua se mostrou ineficiente para a aquisição do segundo idioma.
O último método conhecido por “get
it right in the end” defende que nem tudo pode ser ensinado na sala de aula
e que muito da segunda língua é adquirido naturalmente pela comunicação
espontânea, mas afirma também que tem alguns erros que precisam ser corrigidos
e coisas que precisam ser ensinadas obrigatoriamente (1993, p. 96). Foi
demonstrado que os aprendizes se beneficiam desse tipo de aprendizado que foca
mais no significado do que na gramática, todavia esse método não comporta todo
o aprendizado que um estudante necessita ter.
Neste capítulo, é possível perceber que alguns métodos podem ser mais
eficientes que outros. Os que parecem mais eficientes são “say what you mean and mean what you say” e “get it right in the end”, porque o primeiro tem mais a ver com a
interação direta e “negociação de significados”, ou seja, adaptação da conversa
para que o aprendiz seja capaz de entendê-la, e o segundo também é muito
apropriado porque o aprendizado completo de uma segunda língua não se limita
simplesmente à sala de aula e boa parte dela só se efetiva no contato direto
com a língua.
ANEXO 2:
Resenha da Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Fundamental
A Base Nacional Curricular (BNCC) foi redigida com o objetivo de
normatizar as “aprendizagens essenciais” que os estudantes, de modo geral,
precisam desenvolver durante as etapas da Educação Básica. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB), Lei 9394/96 em seu § 1º do Artigo 1º aponta
“conhecimentos e competências”, ou seja, as expectativas que devem ser
alcançadas pelos estudantes.
A BNCC serve como referência nacional para a elaboração dos currículos
de todas as redes escolares nacionais nivelando em todos os âmbitos o que diz
respeito à formação de professores, preparação de conteúdos e dos critérios
referentes à infraestrutura apropriada para uma educação plena.
O embasamento legal para construção da BNCC foi a Constituição Federal
de 1988 em seus Artigos 205 e 210, os quais determinavam que a educação é um
diretito de todos e que os conteúdos devem garantir uma formação básica comum
respeitando os valores culturais e artísticos, a nível regional e nacional.
A LBD em seu inciso IV do Artigo 9º, baseando-se nestes marcos
constitucionais, estabelece dois conceitos fundamentais que serviram como base
da BNCC. No primeiro conceito institui-se que “as competências e diretrizes são
comuns, os currículos são diversos”, no segundo diz respeito ao foco do
currículo que deve ir além dos conteúdos a serem ensinados.
No Artigo 26 da LDB levou o Conselho Nacional de Educação (CNE) a
considerar que o conhecimento curricular deve estar dentro do contexto local,
social e individual da escola. Isso foi ocorrendo durante a década de 1990 e
também nos anos 2000. O mesmo (CNE) ainda promulgou novas (DCNs) e incluiu
conceitos sobre diversidade cultural, pluralidade, inclusão e valorização das
diferenças.
Ao longo dos anos as leis foram sendo ampliadas, até que em 2014 foi
promulgado o Plano Nacional de Educação (PNE) através da Lei 13005/2014, a qual
reitera diretrizes pedagógicas para todos os alunos do Ensino Fundamental e
Médio a fim de melhorar a qualidade da educação respeito às diversidades
regional, estadual e local.
Com isso veio o pacto interfederaivo dentro da BNCC, que busca a
“equidade na educação”, ou seja, um currículo que atenda às necessidades
específicas das diferentes instituições de ensino da federação.
A BNCC e os currículos se complementam e asseguram a aprendizagem em
cada etapa da educação básica através de um conjunto de decisões, as quais
devem ser seguidas para assegurar a aprendizagem, sempre levando em conta o
contexto o qual o aluno está inserido. Além disso, os sistemas de ensino devem
abordar em suas propostas pedagógicas temas atuais, que, de certa forma atingem
a sociedade. Entre estes temas, os quais são muito importantes para a formação
do cidadão, estão: a educação para o trânsito, direito das crianças e
adolescentes, meio ambiente, processo de envelhecimento, educação alimentar,
entre outros.
A formulação da BNCC teve coordenação do MEC e contou com a participação
de diversas esferas da sociedade, além de Estados, Municípios e Distrito
Federal e legitimada pela Lei nº 13.005/2014 que promulgou o PNE.
De acordo com a LDB, em seus Artigos 32 e 35, os resultados das
aprendizagens, na educação formal, devem proporcionar um conhecimento e
situação que direcione a tomada de decisões pertinentes, recebendo o nome de
“competência”.
A BNCC trata também da educação integral, que devido os rumos da
sociedade moderna, onde as tendências do cenário mundial exigem habilidades
diferenciadas, o conhecimento deve ir muito além do que o acúmulo de
informações.
Além disso, a BNCC define dez competências gerais para que sejam
aplicadas ao longo da educação básica e assim promovam uma transformação na
sociedade para que todos vivam em harmonia entre si e com a natureza. Em suma,
essas competências especificam os
caminhos que a educação brasileira deve seguir, construindo uma sociedade mais
justa e garantindo a formação humana integral.
A estrutura da BNCC foi elaborada para explicitar as competências que os
estudantes devem desenvolver durante as etapas da Educação Básica.
As áreas de conhecimento do Ensino Fundamental e Médio estão divididas
em quatro áreas: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências
Humanas. Estas áreas que possuem apenas um componente curricular como
Matemática e Ciências da Natureza estabelecem “competências específicas de
área”, já as áreas com mais de um componente como Linguagens e Ciências Humanas
são atribuídas “competências específicas do componente”.
Dentro da área de conhecimento Linguagens está a Língua Inglesa. O
aprendizado da língua inglesa é de suma importância para que os alunos tenham a
possibilidade de “ampliar horizontes de comunicação e de intercâmbio cultural,
científico e acadêmico” e, desse modo, eles possam expandir a sua construção de
conhecimento e o acesso que eles têm a esse conhecimento.
Para o currículo, o ensino de inglês tem duas implicações importantes.
Uma delas é que é obrigatório “rever as relações entre língua, território e
cultura”, afinal há diversos países que tem a língua inglesa como a principal
língua. Isso faz com que a língua inglesa possa ser definida como franca, de
comunicação internacional e que é falada por diversas pessoas no mundo inteiro,
favorecendo um ensino que valorize a interculturalidade.
A outra implicação tem relação com a “ampliação de visão de letramento”,
ou seja, a ampliação de uma visão de que o ensino da língua inglesa pode
potencializar as possibilidades de participação e circulação, principalmente no
meio digital, e de que isso pode aproximar e entrelaçar diferentes semioses e
linguagens, criando assim possibilidades de “identificar e expressar ideias,
sentimentos e valores”.
Os eixos organizadores do componente da Língua Inglesa são, portanto,
sustentados por essas duas implicações. Há cinco eixos, envolvendo Oralidade,
Leitura, Escrita, Conhecimentos linguísticos e gramaticais e Dimensão
intercultural.
O eixo Oralidade é relacionado à compreensão e à produção oral, pelas
quais é possível negociar a construção de significados entre os interlocutores.
Dessa forma, é possível aprender alguns elementos da língua inglesa como
pronúncia, entonação e ritmo, assim como estratégias de compreensão como
compreensão global, específica e detalhada, e ainda de negociação, como
solicitação de esclarecimentos e confirmações, uso de paráfrases e
exemplificação. É através da oralidade que os alunos poderão entender a língua
inglesa não como “pura”, mas sim como uma língua “para o uso”.
O eixo Leitura contribui para o desenvolvimento de estratégias de
reconhecimento textual e de investigação sobre os diferentes sentidos das
palavras em contextos diversificados. Além disso, é possível abranger
diferentes modos de ler, como ler para ter uma ideia geral do texto, para
buscar informações específicas ou compreender detalhes, e diferentes
finalidades de leitura, como ler para pesquisar, para revisar a própria escrita
ou para expor ideias.
O eixo Escrita tem dois aspectos. O primeiro diz respeito à avaliação
das decisões sobre as formas de dizer aquilo que pretende, considerando dessa
forma o objetivo do texto, o seu suporte de circulação e os seus possíveis
leitores, e o segundo diz respeito a considerar a escrita como uma prática
social, o que dá aos alunos a oportunidade de agir com protagonismo. É
interessante, portanto, iniciar com textos mais curtos e descritivos, evoluir para
alguns textos mais elaborados que podem incluir a narração e a persuasão e,
seguindo desse modo, os alunos desenvolverão uma escrita mais “autêntica,
criativa e autônoma”.
O eixo Conhecimentos linguísticos e gramaticais envolve o estudo do
léxico e da gramática com o objetivo de levar os alunos a descobrir as
regularidades e as irregularidades da língua inglesa. Essas descobertas devem
fazer os alunos refletirem sobre as semelhanças e diferenças entre as línguas.
E, por fim, o eixo da Dimensão intercultural tem como objetivo promover
a compreensão e a interação entre diferentes culturas e, dessa forma, “aprender
inglês implica problematizar os diferentes papéis da própria língua inglesa no
mundo, seus valores, seu alcance e seus efeitos nas relações entre diferentes
pessoas e povos”.
As competências específicas que devem ser desenvolvidas na sala de aula
incluem (1) identificar o lugar de si e do outro em um mundo plurilíngue e
multicultural, (2) comunicar-se na língua inglesa, (3) identificar similaridades
entre a língua inglesa e a língua materna ou outra língua, (4) elaborar
repertórios linguístico discursivos da língua inglesa, reconhecendo a
diversidade linguística, (5) utilizar novas tecnologias e (6) conhecer
diferentes patrimônios culturais, materiais e imateriais, difundidos na língua
inglesa.
O aprendizado da língua inglesa tem muita importância dentro de um mundo
globalizado, afinal auxilia os alunos a se inserirem em diferentes culturas e
expandirem o seu acesso a novos conhecimentos. Além disso, os alunos podem
ampliar os seus horizontes de comunicação e de compreensão em um mundo onde a
língua inglesa se faz muito presente. O aprendizado de vocabulário, gramática,
pronúncia, escrita, leitura e oralidade pode ser dinâmico e ir além da língua em
si, trazendo aos alunos o acesso a novas formas de ver o mundo.
ANEXO 3:
Resenha dos capítulos 2, 4 e 8 do livro: Understanding
Language Teaching from Method to Postmethod
O livro de B. Kumaravadivelu intitulado “Understanding Language Teaching: From Method to Postmethod”, é um
interessante estudo sobre o entendimento de como uma linguagem é ensinada. O
livro é dividido em três partes que se subdividem em dez capítulos. A primeira
parte é intitulada como “Language,
Learning, and Teaching”, a segunda é intitulada “Language Teaching Methods” e a última se chama “Postmethod Perspectives”.
No segundo capítulo do livro chamado “Learning: Factors and Processes”, o qual está inserido na primeira
parte do livro, Kamaravadivelu discute sobre como ocorre a entrada (input) de uma segunda língua na mente de
uma pessoa, como ocorre a admissão (intake),
quais são os fatores de admissão, quais são os seus processos e, por fim, como
ocorre a saída (output).
A entrada ⸺ ou o input ⸺ é
definido pelo autor como “oral and/or
written corpus of the target language (TL) to which L2 learners are exposed
through various sources, and recognized by them as language input” (p. 26).
Há duas condições, segundo essa definição, para que o input ocorra.
A primeira condição é a disponibilidade, afinal a língua precisa estar
disponível para que o estudante possa aprendê-la ⸺ seja com ele procurando ela
por si mesmo ou com ela disponível no ambiente. A segunda é a acessibilidade
que, segundo o autor do livro, é o momento em que o input precisa ser reconhecido pelo estudante como um input para que possa haver uma
cooperação. Kumaravadivelu defende que “input
that is available, but not accessible, is no more than noise” (p. 26) e
que, portanto, o estudante precisa saber que está sendo exposto a algo que
possa ajudá-lo a aprender uma segunda língua para que isso realmente surta
efeito.
Quando o autor vai falar sobre o intake,
ele faz uma lista de definições de vários autores com a visão de produto e a
visão de processo. A visão de produto enxergaria o intake como a linguagem de entrada ainda não processada e a visão
de processo enxergaria o intake como
a linguagem de entrada já processada.
O autor acredita que a visão de produto seja falha por fazer do intake uma parte do input, o que torna sem sentido uma diferenciação entre as duas
partes. Ele define intake como sendo,
portanto,
an abstract entity of learner language that has been fully or partially
processed by learners, and fully or partially assimilated into their developing
IL system. It is the result of as yet undetermined interaction between input
and intake factors mediated by intake processes. It is not directly observable,
quantifiable, or analyzable; it is a complex cluster of mental representations
(p. 28).
A definição de intake é muito
discutida e até mesmo contraditória em alguns aspectos. O autor prossegue o
capítulo, então, explicando qual parte do input
que se torna o intake através da
análise de alguns fatores e processos.
Ao falar dos fatores, ele lista uma série de autores e quais são os
fatores que transformam o input em intake para eles. O autor tentou isolar
então os seis fatores que considerou como sendo os mais importantes, sendo
eles: fatores individuais (idade e ansiedade), fatores de negociação (interação
e interpretação), fatores táticos (estratégias de aprendizado e de
comunicação), fatores afetivos (atitudes e motivação), fatores de conhecimento
(conhecimento de linguagem e de metalinguagem) e, por fim, fatores ambientais
(contexto social e educacional) (p. 30). Ele ainda divide esses fatores em duas
grandes categorias: aprendizagem interna e aprendizagem externa.
Os processos do intake são
mecanismos cognitivos e operações mentais que são específicos para o
aprendizado da linguagem. São eles: inferência, estruturação e reestruturação.
A inferência é quando o indivíduo faz adivinhações relacionadas ao sistema da
língua, a estruturação é quando o indivíduo estabelece representações mentais
da língua e, por fim, a reestruturação é quando o indivíduo adiciona uma estrutura
nova em sua mente que o permite criar novas hipóteses sobre a língua a ser
aprendida.
O output se refere àquilo que
o estudante produz com a língua aprendida, seja na escrita ou oralmente. Ele
pode produzir enunciados desviantes por conta da reunião entre os fatores e os
processos do intake, assim como
poderá produzir enunciados bem estruturados em sua segunda língua. O output é reconhecido, portanto, como uma
evidência de tudo que foi aprendido durante o estudo da segunda língua.
No capítulo 4 denominado “Constituents
and Categories of Methods” e inserido dentro da segunda parte do livro, o
autor diferencia alguns conceitos e termos que são utilizados entre aqueles que
estudam como ocorre o aprendizado da segunda língua.
A primeira diferenciação que o autor faz é entre método e metodologia.
Segundo Kumaravadivelu, método é utilizado para se referir aos métodos
conceituados e construídos por especialistas, enquanto metodologia é usado para
se referir àquilo que os professores realmente fazem em sala de aula para
alcançar os seus objetivos de ensino.
Nesse capítulo o autor também distingue princípios de procedimentos. Ele
define princípios como sendo um conjunto de insigths derivados de várias áreas
de estudo que incluem, além dos pressupostos teóricos sobre o ensino da língua,
também aqueles que criam materiais e medidas de avaliação. E os procedimentos
seriam o conjunto de estratégias adotadas pelo professor no contexto de sala de
aula.
Ele ainda discute brevemente sobre três métodos de ensino: language-centered methods, learner-centered methods e, por último, learning-centered. O primeiro está
principalmente preocupado com as formas linguísticas, o segundo se preocupa com
as necessidades do aprendiz e o último dá ênfase os processos cognitivos da
linguagem aprendida.
No capítulo 8 intitulado “Postmethod
Condition” que inaugura a terceira parte do livro, o autor desconstrói o
conceito de método. Ele cita uma série de mitos criados em torno do conceito de
método, sendo eles: 1) há um método melhor pronto e esperando para ser
descoberto, 2) o método constitui o princípio organizador do ensino de línguas,
3) o método tem um valor universal e não-histórico, 4) os teóricos concebem o
conhecimento e os professores o consumem e, por fim, 5) o método é neutro e não
tem motivação ideológica. Dessa forma, ele consegue introduzir de forma
bastante coerente qual é a lógica do pós-método.
Kumaravadivelu também descreve os parâmetros pedagógicos que devem ser
considerados no pós-método. O primeiro deles é a particularidade que se refere
a uma pedagogia que se preocupe com particularidades linguísticas e
socioculturais, o segundo é a praticidade que permite aos professores “to
theorize from their practice and practice what they theorize” (p. 184) e o
último é a possibilidade que dá ênfase à importância de “larger social,
political, educational, and institutional forces that shape identity formation
and social transformation” (p. 184).
O autor ainda discute nesse capítulo indicadores pedagógicos de
professores e estudantes nas operações de ensino do pós-método. Ele analisa
como funciona o aprendiz do pós-método, o professor do pós-método e o professor
educador do pós-método. Ele conclui que utilizando os três parâmetros acima
citados é possível construir um contexto sensitivo no trabalho pedagógico
utilizando o pós-método.
Ao construir o livro em três partes, o autor conseguiu explicitar bem
como ocorre o ensino da língua inglesa. Entender os conceitos de input, intake e output é
essencial para poder saber como trabalhar com o ensino da língua. A partir do
momento que o professor entende que a ocorrência do input se dá através da disponibilidade e da acessibilidade ou que
há fatores do intake que podem afetar
na aprendizagem, se torna mais fácil conseguir entender a dinâmica de uma
classe de língua estrangeira.
Apesar disso, é importante destacar que os métodos de ensino podem ser
falhos, uma vez que os contextos da sala de aula mudam o tempo todo. Entender
conceitos e estudar sobre o ensino de língua estrangeira é de suma importância,
no entanto se prender a um método por resultar em uma atitude falha do
professor.
É por esse motivo que o autor destaca o pós-método na última parte do
livro. Ao desconstruir o conceito de método e inserir o pós-método no livro, o
autor mostra como há uma maneira para que haja autonomia do aluno e do
professor e para que a aula de língua estrangeira tenha mais qualidade ainda. O
pós-método defende, por exemplo, que o aluno tenha autonomia e aprenda a
aprender, o que pode ajudá-lo a compreender muito melhor a língua. O professor
do pós-método também teria mais liberdade de entender as particularidades de
cada aluno e as possibilidades, podendo assim dar uma aula de forma que a
língua estrangeira seja melhor absorvida.
Na prática, o pós-método é o conceito que faz mais sentido de ser
realmente aplicado em uma sala de aula. Ao enxergar cada aluno como individual
e ter a liberdade de trabalhar com isso, o professor pode desenvolver uma aula
com mais autonomia e mais possibilidade de aprendizado.
O livro Understanding Language
Teaching: From Method to Postmethod é de suma importância para todos
aqueles que são ou que pretendem ser professores de língua estrangeira e traz
um estudo interessante que pode ser muito atrativo para aqueles que estudam a
língua em qualquer viés. Um bom livro que cumpre bem o seu propósito.
ANEXO 4:
Resenha de artigos sobre a
Teoria do Caos e da Complexidade
O texto “Complexidade e Pensamento
Complexo”, de Humberto Mariotti,
é mencionado pelo autor como “um resumo didático”. Neste texto o autor disserta sobre
“complexidade” em treze tópicos e sobre “pensamentos linear, sistêmico e
complexo”.
De acordo com Mariotti é preciso compreender os sistemas complexos para
coexistir com eles, assim, a complexidade trata-se de um fato e não de um
conceito teórico. O autor menciona que para compreender a complexidade é
necessário “um sistema de pensamento aberto, abrangente e flexível — o
pensamento complexo”.
No texto o autor utiliza uma frase de Piaget: “Os fenômenos humanos são
biológicos em suas raízes, sociais em seus em seus fins e mentais em seus
meios” para definir que “a experiência humana é um todo bio-psico-social”, e,
desta forma, não se divide em partes e nem se reduz a qualquer delas.
O autor considera que o modelo mental linear o qual “A só poder ser
igual a A”, exclui tudo que não estiver de acordo com esta dinâmica. Este
modelo mental vem sendo seguido desde a antiguidade pelos sistemas de educação.
Ainda, segundo o autor, “essa lógica levou à ideia de que se B vem depois de A
com alguma frequência, B é sempre o efeito e A é sempre a causa (causalidade
simples)”, pode dificultar ou impedir a compreensão dos fenômenos complexos de
natureza bio-psico-social. Dessa forma, o modelo mental linear-cartesiano
baseia-se no empirismo e vem sendo questionado principalmente pelo pensamento
complexo.
Mariotti apresenta em seu texto alguns parâmetros básicos para que se
alcance “consensos sociais” sobre o mundo em que vivemos. Assim, o autor atenta
para a necessidade de complementaridade entre o modelo de pensamento linear e o
pensamento sistêmico, o qual: “O desenvolvimento sustentado precisa de um
modelo de pensamento que lhe dê sustentação e estrutura. Este é o pensamento
complexo”.
O autor traz um exemplo prático de Joseph O’Connor e Ian McDermott sobre
o pensamento linear, sistêmico e complexo: “A Terra é plana?” E assim, com esta
teoria, consegue definir os três pensamentos de maneira que o leitor compreenda
melhor.
No texto de Mariotti também se encontram alguns princípios e benefícios
do pensamento complexo e o que se aprende por meio do pensamento complexo.
Dessa forma, o texto traduz de maneira objetiva sobre “o que é complexidade”.
No texto de Sérgio Luis Boeira “Paradigma
e Complexidade: Breve Introdução”, o autor inicia fazendo uma comparação
sobre “complexidade” em termos do senso comum e em termos científicos e
filosóficos. Para Boeira existem diversos níveis de complexidade. Ao discorrer
sobre paradigma, o autor compara a noção de paradigma nas obras de Thomas Kuhn
e Edgar Morin.
Boeira aponta que, de acordo com Kuhn, paradigma “era uma fase de
maturidade de uma disciplina científica”, ou seja, a ciência se distancia do
senso comum em sua fase madura. Já para Edgar Morin, paradigma “é uma noção que
ultrapassa as paredes das universidades [...]”, e assim supera até mesmo os
cientistas e remete para além das teorias científicas. Segundo o autor,
paradigma não pode ser teorizado, a não ser através de suas manifestações,
porém, nem tudo se manifesta num paradigma.
No texto, Boeira descreve sobre a noção de paradigma da complexidade que
resulta da crítica e da percepção dos fracassos do paradigma da simplificação,
este denominado “disjuntor-redutor”, assim, de acordo com o autor, “a visão
simplificadora se opõe à visão complexa, mas esta compreende e absorve aquela”.
Sobre o paradigma da complexidade, o autor defende que este está em
constante transformação e, por isso, para sua manifestação, necessita de
criatividade e cautela dos indivíduos.
O artigo “Complexidade e
transdisciplinaridade em educação: cinco princípios para resgatar o elo perdido”, da autora Akiko Santos, discorre sobre a potencialidade de alguns
princípios, organizados por diferentes teóricos de diversas áreas, no intuito
de resgatar um sentido do conhecimento para a vida, elo perdido com a prática
de sua fragmentação. Assim, o artigo apresenta os cinco princípios: princípio
holográfico, princípio da transdisciplinaridade, princípio de complementaridade
dos opostos, princípio da incerteza e princípio da autopoiese. Esses princípios
estão ligados à teoria da complexidade e transdisciplinaridade.
O primeiro princípio citado pela autora é “princípio holográfico”, o
qual “afirma que a parte não somente está dentro do todo, como o próprio todo
também está dentro das partes” (Morin, 1991).
O segundo é o “princípio da
transdisciplinaridade” que surgiu com o teorema de Gödel, em 1931, o
qual propôs “distinguir vários níveis de realidade” (SANTOS, 2008, p. 74). E
assim, conforme aponta Santos:
A
transdisciplinaridade propõe-se a transcender a lógica clássica, a lógica do
“sim” ou “não”, do “é” ou “não é”, segundo a qual não cabem definições como
“mais ou menos” ou “aproximadamente”, expressões que ficam “entre linhas
divisórias” e “além das linhas divisórias”, considerando-se que há um terceiro
termo no qual “é” se une ao “não é” (quanton). E o que parecia contraditório em
um nível da realidade, no outro, não é (SANTOS, 2008, p. 74).
Dessa forma, a lógica quântica inovou e definiu um terceiro termo T,
diferentemente da lógica clássica. Isso mostra que a transdiciplinaridade
trouxe uma nova compreensão da realidade e, na visão da autora, potencializa a
aprendizagem ao utilizar imagens e conceitos. A autora mostra de maneira clara
a importância dos temas transversais que articulam os conhecimentos entre as
disciplinas e assim ultrapassam as fronteiras de cada disciplina facilitando
uma concepção mais relevante do conhecimento e também da vida.
Em “princípio de complementaridade dos apostos” a autora cita Niels Bohr
(1961), o qual ganhou o prêmio Nobel de Física em 1992 e propôs a noção de
complementaridade, noção esta que passou a ser utilizada na descrição dos
fenômenos naturais. Os novos conceitos sugeridos pela física quântica causaram
rejeição entre os físicos da época. Assim como os físicos relutaram para
aceitar os novos conceitos, o homem também é educado nos moldes duais e repete
velhos conceitos.
De acordo com Santos,
Ao articular os
opostos, o princípio da complementaridade opõe-se à dicotomia dos binários,
remetendo o olhar para o nível de realidade integrada, isto é, razão “e”
emoção, indivíduo “e” sociedade, saúde “e” doença, subjetivo “e” objetivo,
sapiens “e” demens, bem “e” mal, clausura “e” abertura das crenças ou das
teorias. Impõe-se colocar a conjunção “e” para significar a junção, a
associação, a articulação desses pares (SANTOS, 2008, p. 77).
Assim, para a autora, no processo de ensino e aprendizagem, a
unilateralidade tem causado incompreensões pelo fato de dicotomizar e exaltar
apenas uma das características dos binários.
O “princípio da incerteza” origina-se na elaboração matemática de Werner
Heisenberg (1962), o qual também foi Nobel de Física em 1932, demonstrando a
imprevisibilidade do comportamento das partículas. Conforme a autora aponta: “O
princípio da incerteza está integrado à vida e é íntimo dos seres humanos, que
o manipulam em razão da sua própria sobrevivência” (SANTOS, 2008, p.78). Já a
certeza remete ao homem normalidade, entretanto, uma normalidade não absoluta
(SANTOS, 2008).
Por fim, há o “princípio da autopoiese”, termo empregado por Maturana e
Varela (1995). Os pesquisadores concluíram em suas pesquisas “que todo ser vivo
é um sistema autopoiético, ou seja, que se auto-organiza e autoconstrói”
(SANTOS, 2008, p. 80). Segundo a autora, este conceito, na prática do
magistério, remete a uma metodologia a qual o aluno consiga produzir seu
próprio conhecimento.
O artigo “Um Modelo Caótico de
Desenvolvimento Reflexivo da Profissionalidade de Professores de Línguas”,
redigido por Elaine Ferreira do Vale Borges, Doutora em Educação pela
Universidade de São Paulo, professora Adjunta na Universidade Estadual de Ponta
Grossa – UEPG e Líder do Grupo LinC/CNPq, apresenta uma discussão a respeito do
desenvolvimento de professores de línguas. O artigo é composto por cinco
seções: “Modelos de ensino reflexivo na formação de professores; Concepções de
linguagem na Licenciatura em Letras; Sistemas caóticos e atratores como
metáforas na profissionalidade docente; Metodologia de investigação e Um modelo
de desenvolvimento reflexivo da profissionalidade de professores de línguas na
perspectiva de sistema caótico”.
Segundo Borges, o artigo trata sobre “a necessidade da discussão de
modelos de formação reflexiva que reflitam o fenômeno do desenvolvimento
docente como um sistema adaptativo complexo (SAC)” (2016, p. 365),
especialmente em relação ao ensino e para aquisição de uma segunda língua.
No que diz respeito à formação inicial dos professores, diferentes
vertentes têm discutido sobre o desenvolvimento da docência e, dessa forma, a
autora discute sobre profissionalidade (processo interno) e profissionalização
(processo externo). Ela considera que tanto a profissionalidade quanto a
profissionalização resultam em sistemas no sistema desenvolvimento reflexivo.
No entanto, o enfoque se dá no sistema profissionalidade, que, de acordo com
Borges:
[...]
primeiro, procurando entender (mapear) quais os comportamentos provisórios
(atratores caóticos) desse sistema, no âmbito da linguagem na formação inicial
de professores de línguas – entendendo esses atratores como as condições
iniciais do sistema; segundo, buscando traçar ações (informar, interrogar,
perturbar, avaliar, redirecionar) que possam ser implementadas para a geração
de outros comportamentos (também provisórios); terceiro, visualizando formas de
reiniciar (realimentar) o processo com novas situações (condições iniciais)
para reflexão, mantendo o fluxo dinâmico do sistema em desenvolvimento (2016,
p. 374).
Desse modo, a autora concebe as concepções de linguagem como os subsistemas mais importantes aninhados à profissionalidade do professor de línguas e um modelo caótico de desenvolvimento reflexivo, conforme apresentado, pode promover ações consistentes no desenvolvimento dessa profissionalidade no início da formação.
ANEXO 5:
Resenha da Base Nacional
Comum Curricular do Ensino Médio
Na BNCC do Ensino Médio, são discutidas quais são as finalidades do
Ensino Médio e qual é o seu papel na formação do jovem. Segundo o artigo 35 da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Ensino Médio deve contemplar:
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II – a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III – o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico;
IV – a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina
(p. 489).
Dessa maneira, o Ensino Médio pretende prosseguir com os estudos do
Ensino Fundamental e ainda preparar o aluno para o mundo exterior, para que ele
possa ter um bom processo de adaptação quando sair da escola. Além disso, o
aluno deve ter uma formação ética e ser capaz de relacionar a teoria e a
prática de cada disciplina.
A LDB, entretanto, não deixa claro como se deve atingir essas
finalidades e, por conta disso, as Diretrizes Curriculares Nacionais explicita
isso através da criação de “quatro ‘dimensões’ indissociáveis: trabalho,
ciência, tecnologia e cultura (2016, p. 490 apud
BRASIL, 2013, p. 161).
O trabalho significa “preparar-se para prover seu próprio sustento e,
muitas vezes, o de outros que deles dependem” (p. 490), a tecnologia é o “saber
instrumental que vai da posse da escrita à operação de máquinas” (p. 491), a
ciência é entendida como “a capacidade de mobilizar o conhecimento científico
para questionar e analisar ideias e fatos em profundidade, avaliar a
confiabilidade de informações e dados e elaborar hipóteses e argumentos com
base em evidências” (p. 491) e, por fim, a cultura “envolve dimensões
estéticas, éticas e políticas, no sentido de cultivar a sensibilidade para o
cuidado de si e do outro, a atenção ao mundo no qual se vive e pelo qual é
preciso responsabilizar-se” (p. 492).
A BNCC propõe ainda quatro eixos de formação para o ensino médio, sendo
eles: “pensamento crítico e projeto de vida, intervenção no mundo natural e
social, letramentos e capacidade de aprender, solidariedade e sociabilidade”
(p. 493).
O Ensino Médio foi planejado com base
f) da caracterização
dos sujeitos a serem formados;
g) da sua relação com
as etapas anteriores;
h) das finalidades
prescritas pela LDB;
i)
do entrelaçamento das dimensões formativas descritas nas DCN e dos eixos
de formação;
j)
da ideia de formação integral, não restrita a percursos
profissionalizantes ou pré-universitários (p. 494).
Na BNCC ainda são indicados dois caminhos de integração que devem
acontecer no ensino integral. O primeiro deles diz respeito “às contribuições
dos vários componentes curriculares para a efetivação da formação integral
pretendida” (p. 494) para que haja, dessa forma, um ensino mais
interdisciplinar. O segundo diz respeito aos “temas integradores” que são: “1)
Economia, educação financeira e sustentabilidade [ES]; 2) Culturas africanas e
indígenas [CIA]; 3) Culturas digitais e computação [CD]; 4) Direitos humanos e
cidadania [DHC]; 5) Educação ambiental [EA]” (p. 495).
Os temas integradores juntamente com os eixos de formação do Ensino
Médio “estabelecem vínculos entre o que se apresenta como formação geral e a
formação técnica profissional” (p. 496). A estrutura da EPT (Educação
Profissional e Tecnológica) é composta por 13 eixos tecnológicos e esses eixos
compreendem “os fundamentos científicos, sociais, organizacionais, econômicos,
políticos, culturais, ambientais, estéticos e éticos que alicerçam as
tecnologias e a contextualização do mesmo no sistema de produção social” (p.
497). Dessa maneira, é possível ter tanto uma formação geral como também uma
formação profissional em diversas áreas, como por exemplo na Língua Estrangeira
Moderna.
A área de Linguagens do Ensino Médio inclui Arte, Educação Física,
Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna. O objetivo dessa área é
consolidar e aprofundar as “diversas habilidades de linguagem, através da
interação vigorosa em campus de atuação diversos, vinculados com o
enriquecimento cultural próprio, as práticas cidadãs, o trabalho e a
continuação dos estudos” (p. 501) e, dessa forma, constituir um aluno que tenha
conhecimento sobre cultura e linguagens e que, ao sair da escola, esteja
preparado para aquilo que se deparar.
Na Língua Estrangeira Moderna enfatiza-se que o ensino de uma língua
está diretamente ligado com a cultura, a política e a sociedade e, por isso,
ela também é capaz de expressar “valores que são construídos nas práticas
sociais” (p. 514). Os objetivos do ensino da Língua Estrangeira Moderna no
Ensino Médio são os mesmos do Ensino Fundamental e, ao concluir o Ensino Médio,
o estudante deverá entender melhor da vivência em grupo, de outras culturas e
também ser capaz de compreender valores atrelados entre uma língua e o seu
povo, assim como de se comunicar em diferentes situações.
ANEXO 6:
Referências bibliográficas
dos textos resenhados:
BOEIRA, Sérgio
Luís. Paradigma e Complexidade: Breve Introdução.
BORGES, Elaine
Ferreira do Vale. Um modelo caótico de desenvolvimento reflexivo da
profissionalidade de professores de línguas. ReVEL, v. 14, n. 27, 2016.
BRASIL. Ministério
da Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília: MEC, 2017.
BRASIL. Ministério da
Educação. Base Nacional Comum
Curricular. Proposta preliminar. Segunda versão. Brasília: MEC, 2016.
KUMARAVADIVELU, B. Understanding Language Teaching: From
Method to Postmethod. Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, 2006,
258 p.
LIGHTBOWN, Patsy M.; SPADA,
Nina. How Languages are Learned. Oxford University Press, 1993, 135 p.
MARIOTTI,
Humberto. Complexidade e pensamento complexo (Texto introdutório). São Paulo:
Editora Palas Athena, 2000.
RAMOS,
Roberto. A educação e o conhecimento: uma abordagem complexa. Educar, Curitiba, n. 32, p. 75-86, 2008.
Editora UFPR.
SANTOS,
Akiko. Complexidade e transdisciplinaridade em educação: cinco princípios para resgatar o elo perdido.
Revista Brasileira de Educação, v. 13, n. 37, jan/abr, 2008.
ANEXO 7:
Plano de aula:
Aula
1
Objetivos
·
Proporcionar
a interação entre os alunos;
·
Desenvolver
o conhecimento sobre o tema abordado.
Metodologia
Passo
1: Iniciaremos a aula perguntando a eles
o que eles consideram como “bom comportamento” fora de casa, em interações com
as demais pessoas?
Passo
2: Apresentação do tema.
Passo
3: Escrever os seguintes valores (em inglês) que são considerados importantes
para a formação da cidadania, eles deveram numerar esses valores de acordo com
sua importância.
Cooperation (cooperação): onde o aluno percebe que a troca de conhecimentos e a sua participação são fundamentais para a concretização de uma atividade;
Sincerity(sinceridade): quando buscamos confiança nos outros, mas principalmente quando exercemos nossa própria sinceridade, estando certos ou não em nossas ações;
Pardon(perdão): perdoar é não guardar ressentimento contra ninguém, é se livrar das amarras impostas pelo rancor;
Respect
(respeito): princípio básico para receber respeito. Quem não desenvolve o
hábito de respeitar os outros, acaba não sendo respeitado;
Dialogue (diálogo):
para resolver impasses, divergências de opiniões, nada melhor que o diálogo, a
conversa de qualidade que coloca os pingos nos “is”. Conversar, trocar ideias e
buscar explicações sem acusar o outro é uma forma de se livrar dos embaraços;
Solidarity(solidariedade):
essa é a palavra que vincula afetivamente entre as pessoas. Ser solidário é uma
grande virtude, o sujeito demonstra sua preocupação com o outro, ajudando a
construir uma sociedade mais justa;
Do not attack (não agredir): violência gera violência, isso todo
mundo sabe, portanto não se deve agredir ninguém com palavras e muito menos
fisicamente;
Goodness
(bondade): esta é uma forma de demonstrar respeito ao seu semelhante. Ser
bondoso e atencioso com as pessoas só faz com que receba bondade dos outros.
Bem diz o ditado “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, ou seja, a
pessoa que causa o sofrimento do outro, receberá o mesmo tratamento.
Fraternity (fraternidade):
é o laço de união entre os homens, fundado no respeito pela dignidade da pessoa
humana e na igualdade de direitos entre todos os seres humanos.
Passo
4: Discussão sobre as perguntas a seguir com os alunos e do que eles conhecem
do conceito de cidadania.
Quais os direitos e deveres dos
indivíduos?
Quais são as ações que tornam um
sujeito coletivo?
Como a coletividade está presente
em sua comunidade?
Recursos: quadro e giz.
Aula
2
Objetivos:
·
Aprimorar
o conhecimento dos alunos em relação a forma interrogativa e negativa do verbo to be.
·
Resolução
dos exercícios referentes a gramática trabalhada.
Metodologia:
Passo1: Passar no quadro a forma interrogativa e
negativa do verbo to be.
Verbo To be, forma negativa e forma interrogativa
Para usar a forma negativa do
verbo to be é necessário acrescentar
a palavra “not” ao final do verbo da forma afirmativa.
I am
|
I am
not
|
I’m not
|
You are
|
You are not
|
You
aren’t
|
He is
|
He is
not
|
He
isn’t
|
She is
|
She is
not
|
She
isn’t
|
It is
|
It is
not
|
It
isn’t
|
we are
|
We are not
|
We
aren’t
|
you are
|
You are
not
|
You
aren’t
|
they
are
|
They
are not
|
They
aren’t
|
Para usar a forma interrogativa,
é preciso inverter a posição do pronome pessoal com o verbo.
I am
|
Am I?
|
You are
|
Are
you?
|
He is
|
Is he?
|
She is
|
Is she?
|
It is
|
Is it?
|
We are
|
Are we?
|
You are
|
Are
you?
|
They
are
|
Are
they?
|
Passo
2: Entregar as seguintes atividades referentes a forma afirmativa e negativa do
verbo to be.
Passo
3: Esclarecer duvidas referentes a gramática.
Passo
4: Correção das atividades desenvolvidas.
Atividades:
1. Complete as seguintes frases
na forma negativa e interrogativa:
Exemplo:
Are you sick?
No,
I am not sick
Is
she a teacher?
No, she is not a teacher
a.
____ I wrong? No, I am _____ wrong.
b.
____ he a student? No, He _____ a student
c.
_____ they a couple? No, they _____ a couple
d.
_____ it an animal?No, _____ an animal.
e.
_____ she fine? No, ______ fine.
f.
_____ he at work now?No, _____ at work.
g.
_____ you hungry? No, _____ hungry
h.
_____ they at home?No, ______ at home.
i.
______ she going to school now?No, _____ going to school now.
2. Escreva as formas negativas e
interrogativas das frases a seguir.
i.
I
am beautiful
j.
You are my best friend.
k.
He is a very
good actor.
l.
She is my
cousin.
m.
It is a smart dog.
n.
We are English teachers.
o.
You are good students.
p.
They are ready?
Recursos: quadro, giz e papel A4.
Aula3
Objetivos:
Aprimorar os conhecimentos da
aula anterior sobre gramática.
Ampliar a compreensão a respeito
da temática trabalhada.
Metodologia
Passo 1: Revisão do conteúdo passado na aula anterior sobre o verbo To be.
Passo 2: Dividir os alunos em
duplas.
Passo
3: Resolução da atividade avaliativa a seguir com base nos conhecimentos sobre
cidadania e coletividade.
1. Responda de acordo com a
figura, use a forma afirmativa, negativa e interrogativa do verbo to be.
Is
he a good citizen?
_________________
______________?
Yes,
they are collective people
Are they citizens?
_____________
________________?
No,
they are not citizens
Is
he a collective person?
____________________
Are they citizens?
_______________
_______________?
Yes,
he is a good citizen
________________?
Yes,
she is a collective person.
Is he a collective person?
_________________
Recursos: Giz, quadro, papel A4.
Aula 4
Objetivos:
·
Promover a interação e a coletividade entre os
alunos.
·
Desenvolver a escrita e a pronuncia do inglês.
Metodologia:
Passo 1: Expor frases (frases que
já foram trabalhadas em aulas anteriores) embaralhadas no quadro, os alunos
deverão ir até o quadro com três jogadores;
Passo 2: Dividir a sala em grupos
para realização da atividade.
Passo 3: Auxiliar no andamento do
jogo.
Atividade:
·
Um
dos jogadores estará vendado, o outro colocará a frase na ordem correta com a
ajuda do restante da equipe;
·
Um
aluno deverá orientar quem está vendado, dando as direções até o quadro e
auxiliando na escrita;
·
O
aluno vendado deverá escrever a frase corretamente sem poder tirar a venda,
somente com a ajuda de seus colegas.
·
Um deles pronunciará as palavras enquanto o
outro ajuda para que o colega escreva corretamente no quadro;
·
Quem
acertar o maior número de frases e trabalhar melhor em equipe será o ganhador.
Recursos: Giz, quadro, venda e papel A4.
Aula 5
Objetivos
·
Expor
o aprendizado referente as aulas anteriores do plano.
·
Coletividade
entre os alunos para realização da atividade.
Metodologia:
Passo
1: Dividir a sala em grupos.
Passo
2: Entrega do material para efetuar a atividade.
Passo
3: Auxiliar os alunos na escrita e no desenvolvimento dos cartazes.
Passo
4: Exposição dos cartazes.
·
Elaboração
de cartazes para fixar na escola com exemplos (desenhos, gravuras) sobre as
palavras-conceito trabalhadas na primeira aula, escrevendo embaixo frases
explicativas com o verbo to be.
Recursos: Cartolina, lápis de cor,
canetinha e giz de cera.
ANEXO 8:
Fotos das atuações:
ANEXO 9:
Certificado V SIEPE – DIREITOS HUMANOS: DIALOGANDO
SOBRE A DIVERSIDADE
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