terça-feira, 25 de outubro de 2016 0 comentários

RESENHAS - MATERIAIS DIDÁTICOS (II)



Jaqueline Correia

Capitulo 1
Resultado de imagem para imagens de leituraO livro Materiais Didáticos para o ensino de Língua estrangeira – Processos de criação e contextos de uso, organizado por Pereira  e Gotthein. Em seu primeiro capitulo, intitulado por ‘’codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora no material didático para o ensino e aprendizagem de línguas’’ escrito por José C. P. A. Filho, debate a organização atual de alguns elementos trabalhados pelos autores como essenciais na elaboração dos materiais didáticos.
Estes elementos são: os conteúdos que os estudantes vão experienciar; os procedimentos os passos para viver as experiências com a nova língua com as necessárias instruções e a explicitação de ações reflexivas e seus momentos com o objetivo de fortalecer a formação dos educadores e também dos aprendizes.
O autor trabalha também a ideia de que uma das quatro materialidades do ensino de línguas é escrever materiais, mas além de escrever podemos também dizer oralmente alguns materiais. Os materiais orais podem trazer vantagens no que diz respeito a competência comunicativa e no conhecimento linguístico.
Filho defende a ideia de que o material didático não deve ser algo sistemático projetado, terminado. Para ele os materiais para o ensino de línguas deve m ser planos incompletos esperando a ser preenchido pelos professores e suas turmas no contexto real em que se encontram em determinados momentos. Outro fator importante para o autor é saber conceituar e relacionar os materiais e também o contexto de uso de um MD, ou seja saber o momento adequado de utilizar-se de determinado conteúdo.
O autor conclui o capitulo com a ideia de que ‘’ produzir materiais não é apenas necessário – é vital para o ensino e aprendizagem de línguas e de outros materiais.’’
No  segundo capitulo o autor nos mostra que a literatura no desenvolvimento de materiais na última década teve como foco principalmente a efetividade durante a produção de materiais, estabelecendo princípios e critérios para a avaliação de materiais e produzindo critérios para adaptação de materiais, como Harwood, Ellis e Tomlinson propuseram para o desenvolvimento de materiais didáticos de línguas, mas deixando de lado propostas especificas como princípios de criticas culturais e princípios de consciência crítica para desenvolvedores de materiais considerarem quando avaliando, adaptando ou criando materiais.
Entende-se por cultura e críticas culturais, todas as conquistas artísticas e civilização geral de um país ou pessoa (ponto de vista antropológico), ou do ponto de vista sociológico como sendo o modo de vida de um determinado grupo de pessoas ligadas por características, valores, atitudes, atividades e circunstancias comuns ou distintos, já a Crítica cultural por sua vez é definida como: Informações sobre as características de nossa própria cultura.
            Um fator de grande valia quando pensamos em cultura é considerarmos a globalização, como aconteceu com a língua inglesa quando o inglês deixou de ser algo pertencente à apenas um grupo especifico.
            Mais adiante Tomlinson (2001) argumenta sobre a crítica cultural, que envolve o desenvolvimento interno e o senso de igualdade nas culturas e aumentando o entendimento de sua própria cultura e a cultura de outras pessoas, e criando interesses positivos em como elas se conectam e se diferem, tal crítica pode aumentar a tolerância e facilitar a comunicação internacional.  
De acordo com o autor os materiais didáticos deveriam auxiliar os alunos em diversos aspectos, por exemplo: Aprender através de experiências como se eles estivessem vivendo momentos interculturais; Aprender através do entendimento consciente nas experiências que eles tiveram; Descobrir e tornarem-se conscientes em suas atitudes e senso de valores que leva seus comportamentos na sua própria cultura e também das demais pessoas ; Tornar-se mais tolerante e ambíguo; Tornar-se capaz de acessar conflitos potenciais e atuais, analisando-os e identificando opções; Desenvolver a habilidade de usar a língua apropriadamente efetivamente em uma variedade de contextos culturais.
No terceiro capitulo escrito pela autora Liliana Gottheim podemos perceber uma reflexão sobre o desenvolvimento da produção de materiais didáticos tanto para o ensino de língua portuguesa quanto para línguas estrangeiras. Percebe-se que Gottheim busca conduzir-se nas variadas concepções que englobam na elaboração de um materiais que se encaixem nos princípios de pressupostos comunicacionais. Esta elaboração significou, acima de tudo, selecionar textos e determinar o que será feito para que facilite o aprendizado da língua, além de trazer indagações acerca da concepção de metodologia e procurar respostas para novas questões acerca dos pressupostos comunicacionais.
Entre as possíveis inovações ao ensino, Gottheim alega que no meio acadêmico tem se discutido questões acerca das capacidades que um profissional PLE(Professor de Língua Estrangeira) deverá ter, bem como o seu trajeto para uma formação bem sucedida.
A referida autora através da experiência obtida em seu Mestrado relata que na área da Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira, em meados dos anos noventa, o propósito dos pesquisadores do Brasil de caráter etnográfico era em compreender a abordagem comunicacional e seu funcionamento em sala de aula, sendo o foco voltado para a interação.
A autora nos relara também que no ano de 1995 foi realizada uma pesquisa interventiva e a construção de materiais didáticos com base em conteúdos que tivessem alguma temática, porém, de qualquer forma estes conteúdos deveriam ser informativos e que levassem em conta as questões da sociedade.
Desta maneira este material serviria de base a um projeto que investigasse a comunicação intercultural no âmbito escolar. E assim foi se sucedendo a pesquisa da referida autora, que para alcançar o objetivo de construir a prática de um professor em abordagem comunicativa, o desafio, no entanto era de aprofundar as áreas de conhecimentos novos para, então experiênciar os princípios de abordagem comunicacional.
Através da leitura do quarto capítulo podemos perceber que o objetivo do autor é nos mostrar que o livro didático de inglês não é apenas um instrumento de ensino e aprendizagem, mas são também acessórios de reflexão e construção cultural, assim como os filmes, revistas, etc.
Assim como esses outros meios, o livro didático de inglês não pode se separar do contexto cultural o qual eles estão baseando-se em que todo conhecimento é socialmente construído, devido a isso, apoiam também o uso de mídias em sala de aula por trazer uma ampla aproximação cultural.
Mais adiante na segunda parte do capítulo o autor nos apresenta o módulo “Move Inetrmediate”, o qual eles se referem como sendo um livro didático de “personalização” e que há diferentes interpretações para seu significado, permitindo assim diferentes interpretações, a qual eles a separam entre “respostas pessoais individuais”, que são respostas de um aluno individual em relação ao que o professor pediu para ele fazer, e “Contribuições personalizadas individualizadas”, a qual envolve os alunos fazerem escolhas sobre o que eles falam ou escrevem sobre, e como eles fazem isso, dando escolhas para contribuir em modos que eles desenvolvam sua própria identidade, a maneira como os alunos conversam e escrevem sobre suas próprias vidas, estilos de vida, ambições e experiências, contribuem também para a sua formação.
Ao concluir este capitulo o autor nos mostra o que esses pontos significam para um professor, explica também que como professores de inglês nós percebemos que o os materiais que usamos refletem e incorporam certo entendimento de que o mundo e os indivíduos colocam nele, e nó devemos ser conscientemente críticos em como o livro didático constroem a visão de mundo do aluno e os fazem focar em aspectos da realidade de maneira particular. O autor aponta que podemos nos guiar por um ponto chamado “Pedagogia critica”, essa que por sua vez acredita que os professores de língua inglesa que acreditam que sua responsabilidade não é apenas ajudar os alunos a aprender inglês, mas também desenvolver a habilidade necessária para desconstruir versões dominantes da realidade.
Assim como os capítulos anteriores, este capitulo trabalha a importância do livro didático no processo de ensino e aprendizagem, principalmente de língua estrangeira (LE). As reflexões avaliam as representações de gêneros em livros didáticos feitos no Brasil, para o ensino de língua estrangeira, no caso – inglês. É relevante destacar, conforme o autor observa neste estudo, o sentido da palavra “gênero”, um conceito social e cultural do que é ser homem e ser mulher, com as diferenças entre sexo (biológico, homens e mulheres) e gênero (particularidades sociais e psicológicas que se refere ao feminino e masculino).
Segundo Pereira (2013), o livro didático é o que representa os estudos, e quem lê muito é considerado culto independentemente de como se lê e o que se lê. Existe uma diversidade de livros didáticos usados para o ensino de língua inglesa no ensino básico. Busca-se detectar os sinais de discriminação e preconceitos de gênero que ainda se encontram em livros didáticos de língua inglesa.
             Para o autor, as representações de gênero nos primeiros anos escolares, em livros didáticos, possuem grande influência na construção das identidades de seus aprendizes, servindo de parâmetros para toda a jornada.
            Nos livros escolhidos para o estudo pelo autor, a família é representada na natureza e entre seus membros não existem brigas nem desavenças, o lar é feliz, conservador e acolhedor. Segundo Pereira (2013), os livros que foram avaliados do ensino fundamental, não retratam com frequência os assuntos afetivos e amorosos. Quando retratados, também estão fora da realidade, com exagero de fotos e desenhos de corações, reprodução de alguns estereótipos como casais felizes e apaixonados. Das coleções que o autor analisou, os temas tratados abertamente são: sexo, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência. Os outros temas polêmicos são evitados e não apareceu em nenhum livro das coleções citadas.

O autor conclui este capitulo com a ideia de que existe a necessidade de uma abordagem mais crítica nos textos para contestar ou desafiar os discursos por eles veiculados, e esta interação entre sujeito e textos de livros didáticos, na sala de aula ou fora dela venha formar outros conceitos.


 Marcel Augusto Gonçalves

Resultado de imagem para imagens de leituraO autor começa nos apresentando que produzir um material de ensino é semelhante a escrever uma partitura, pois inclui a codificação de ações premeditadas ao redor de conteúdos previstos para as unidades, e que há três componentes essenciais na produção de materiais didáticos, que são: os conteúdos a serem trabalhados, o procedimento orientado para uma relação com a língua estrangeira e ações reflexivas que fortaleçam a formação dos professores e dos alunos.
Compor um material didático e publicá-lo reflete uma busca por explicitar uma série de propostas com o auxílio de imagens, textos e inserções de áudio, em que as atividades se relacionem e se complementem até que se encerre um ciclo de estudo, o qual dura em torno de 30 horas-aula, apesar de essa ser uma recepção frequente de uma aula premeditada e com materiais completos, não é o que se projeta como tendência para o futuro do ensino de línguas.
Os materiais são uma forma de codificação de ações futuras em salas de aula, os quais preveem as atividades que vão formar o método, sendo assim, o material não é apenas um apoio, mas sim a base do ensino.
            O preparo da aula e o material podem ser confundidos com a metodologia, porém o material a ser usado não tem uma grande relação com o método, pois o conteúdo da aula não se refere diretamente ao método, por fim o conteúdo não interfere no método, mas sim no conteúdo posterior criando um efeito em cadeia premeditado, mostrando uma ordem no funcionamento dos materiais do método de ensino.
            Todo material didático possui uma concepção de como ensinar e aprender uma nova língua, essa concepção é composta por conceitos do que seja a língua, essa segunda língua posta em causa, do que significa aprender e ensinar essa língua alvo, chamamos isso de abordagem de ensino e de aprendizagem de língua. Para construir essa abordagem, primeiro importa-se a tradição de se comporem livros didáticos de maneira que haja escolhas previsíveis de conteúdo e atividades, essa tradição está relacionada com a pratica dos professores ao longo dos anos prevendo certos papeis para os alunos. Outra força potencial de abordagem é a dos grandes exames, esses instrumentos de avaliação não são vinculados aos planejamentos de cursos e aos materiais de uso corrente, eles podem potencializar uma abordagem já praticada por consenso, sendo geralmente uma variante da abordagem gramatical como a gramatical comunicativizada, uma explicação sobre isso pode ser buscada no conjunto de fatores expostos e não apenas nas declarações de autores e editores, e que buscar uma abordagem prevalecente nos livros didáticos não quer dizer que está explicada a qualidade de ensino e que de fato trará resultados.
            No meio da avaliação e produção de materiais no ensino de línguas sempre foi discutido o atendimento a certos requisitos os quais são: atividades contextualizadas, atividades personalizadas, atividades para trabalho em grupo, atividades em linguagem autêntica, oportunidades para a prática de conceitos nocionais-funcionais, explicações gramaticais claras e concisas, atividades que respondam às necessidades e interesses dos alunos, material cultural integrado em atividades de prática da língua.
            Os conteúdos temáticos trabalhados em um livro didático não são meramente ilustrativos, não contam com o pretexto para se ensinar a estrutura sistêmica da língua alvo, a partir da escolha básica de conteúdos decorrem-se instâncias de linguagem previstas para trabalhar os temas como funções comunicativas.
            Com a finalização do primeiro capítulo podemos notar que os livros didáticos não são apenas algo para “cabular” aula, ou para ser visto como um plano B para quando o professor não prepara a aula, mas sim um material didático que servirá como uma base para os conteúdos que serão trabalhados durante um ciclo de estudo.
            Ao decorrer do segundo capítulo o autor nos mostra a maneira como a literatura no desenvolvimento de materiais na última década focou principalmente na efetividade durante o desenvolvimento de materiais, estabelecendo princípios e critérios para a avaliação de materiais e produzindo critérios para adaptação de materiais, como Harwood, Ellis e Tomlinson propuseram para o desenvolvimento de materiais didáticos de línguas, mas deixando de lado propostas especificas como princípios de críticas culturais e princípios de consciência crítica para desenvolvedores de materiais considerarem quando avaliando, adaptando ou criando materiais.
            Entende-se por cultura e críticas culturais, do ponto de vista antropológico, todas as conquistas artísticas e civilização geral de um país ou pessoa, ou do ponto de vista sociológico como sendo o modo de vida de um determinado grupo de pessoas ligadas por características, valores, atitudes, atividades e circunstancias comuns ou distintos, algumas vezes a cultura pode ser usada para relacionar o refinamento intelectual de uma pessoa, a cultura é complexa, interativa e variável. Crítica cultural por sua vez é definida como: Informações sobre as características de nossa própria cultura ou a cultura de outras pessoas.
            Quando falamos em cultura é importante considerar a globalização, como é o caso do que aconteceu com a língua inglesa, a qual milhões de pessoas usam para se comunicar, portanto o inglês deixou de ser algo pertencente à apenas um grupo especifico.
            Em estudos recentes sobre a cultura foi relacionado os efeitos da globalização foi relacionada os efeitos da globalização no conteúdo e metodologia no ensino de língua inglesa, baseando-se nos argumentos de Cortazzi e Jin, que afirmam que a cultura no aprendizado, não atingiu o impacto esperado no ensino de língua inglesa na China por causa do conflito entre a cultura de aprendizagem norte-americana, com o ensino chinês tradicional.
            Pham (2007) descreve problemas similares no Vietnã e adiciona também fatores desafiantes, como salas maiores, pressão nos exames e o requerimento para treinamento de professores.
            Bao (2006) investiga os estereótipos da cultura na população global em livros de cursos publicados durantes os anos de 1990 e 2000, Bao explica que estereotipar é uma função humana comum e natural e é um modo de copiar a cultura do outro com complicações com a realidade. Um exemplo presenciado por Bao foi em uma aula de inglês no Vietnã, a qual ele mostrou aos alunos fotos de um Homem caucasiano jovem, um homem idoso caucasiano barbado, e um homem negro jovem bem vestido, e pediu para os alunos apontarem quem seria o vilão na história, grande maioria dos alunos instantaneamente escolheu o homem negro, e quando perguntados o porquê, nenhum parecia chegar a uma explicação concreta, dizendo que tinham vagas lembranças de verem homens negros representando personagens maus em filmes.
            Tomlinson (2001) argumenta sobre a crítica cultural, que envolve o desenvolvimento interno e o senso de igualdade nas culturas e aumentando o entendimento de sua própria cultura e a cultura de outras pessoas, e criando interesses positivos em como elas se conectam e se diferem, tal crítica pode aumentar a tolerância e facilitar a comunicação internacional.  
Os materiais didáticos deveriam ajudar os alunos a: Aprender através de experiências como se eles estivessem vivendo momentos interculturais; Aprender através do entendimento consciente nas experiências que eles tiveram; Descobrir e tornarem-se conscientes em suas atitudes e senso de valores que leva seus comportamentos na sua própria cultura e de outros; Tornar-se mais tolerante e ambíguo; Ter acesso a situações e reconhecer várias possibilidades de interpretações sem pular para conclusões elevadas ou cair em estereótipos; Tornar-se capaz de acessar conflitos potenciais e atuais, analisando-os e identificando opções; Desenvolver a habilidade de usar a língua apropriadamente efetivamente em uma variedade de contextos culturais.
            Ao longo do capitulo 3 Gottheim nos apresenta temas por ela elaborados em sua formação docente, com o objetivo de motivar as aplicações dos resultados emergentes de suas reflexões em cursos de português como segunda língua, ela nos diz que embora pressupostos de abordagem comunicacional sejam bem aceitos pela comunidade docente de português para estrangeiros e haja o desejo de adequação de professor às tendências metodológicas, a aplicação desses pressupostos necessitam contínua reflexão e análise crítica.
            Gottheim aborda um tópico relevante durante seu período de mestrado durante os anos de 1994 e 1996 na qual ela afirma que esse período era fortemente marcado por interesse em pesquisas que procurassem entender o funcionamento de uma abordagem comunicacional em sala de aula com o foca na interação, muitas dessas pesquisas eram de cunho etnográfico e apresentavam dados de diagnóstico, os quais confrontavam o dizer e o fazer de professores na aula, constando que conhecer pressupostos ou princípios comunicativos não era garantia de os professores conseguirem realizar um ensino com essa abordagem na prática docente.
            Na concepção de produção de material didáticos, “concepção” refere-se a representação do processo de ensino na mente de um autor de material didático, a qual acaba se materializando na composição de materiais por ele produzido, suponha-se que essa filosofia de ensinar os produtores de material parte, na base, de um conceito de língua estrangeira, de aprender e ensinar outra língua, que se constrói e se manifesta nas suas particularidades, articulado a uma rede de conhecimentos, sejam eles teórico-formais ou informais, esses conhecimentos desencadeiam atitudes em relação aos fenômenos que se conhece que culminariam na concretização do projeto de material de ensino. Uma composição de materiais produzida para o ensino-aprendizagem seja a base codificada da experiência de ensinar e aprender que autores desejam que ocorra.
            Para atingir os objetivos previstos, Gottheim recomenda a utilização da metodologia da pesquisa-ação, a qual afirma que a pesquisa-ação é um processo de reflexão estruturada, a qual envolve o processo de coleta de dados, análise e interpretação desses dados.
No capítulo 4 do livro o autor nos diz que o livro didático de inglês não é só um mero instrumento de ensino e aprendizagem, mas são também artefatos de reflexão e construção cultural, assim como os jornais, revistas, filmes, etc, e assim como esses outros meios, o livro didático de inglês não pode se separar do contexto cultural o qual eles estão baseando-se em que todo conhecimento é socialmente construído, devido a isso, apoiam também o usam de mídias em sala de aula por trazer uma aproximação cultural mais abrangente.
Durante a segunda parte do capítulo o autor nos apresenta o módulo “Move Inetrmediate”, o qual eles se referem como sendo um livro didático de “personalização” e que há diferentes interpretações para seu significado, permitindo assim diferentes interpretações, a qual eles a separam entre “respostas pessoais individuais”, que são respostas de um aluno individual em relação ao que o professor pediu para ele fazer, e “Contribuições personalizadas individualizadas”, a qual envolve os alunos fazerem escolhas sobre o que eles falam ou escrevem sobre, e como eles fazem isso, dando escolhas para contribuir em modos que eles desenvolvam sua própria identidade, a maneira como os alunos conversam e escrevem sobre suas próprias vidas, estilos de vida, ambições e experiências, contribuem também para a sua formação.
Na parte final do capítulo o autor nos mostra o que esses pontos significam para um professor, o autor explica que como professores de inglês nós percebemos que o os materiais que usamos refletem e incorporam certo entendimento de que o mundo e os indivíduos colocam nele, e nó devemos ser conscientemente críticos em como o livro didático constroem a visão de mundo do aluno e os fazem focar em aspectos da realidade de maneira particular. O autor aponta que podemos nos guiar por um ponto chamado “Pedagogia crítica”, essa que por sua vez acredita que os professores de língua inglesa que acreditam que acreditam que sua responsabilidade não é apenas ajudar os alunos a aprender inglês, mas também desenvolver a habilidade necessária para desconstruir versões dominantes da realidade, tendo assim como proposito fornecer aos alunos e professores  ferramentas que os permitam ver os textos, incorporando tanto representações particulares do mundo social e natural, e também interesses e ambições particulares, ajudando-os a entender melhor eles mesmos e o mundo ao seu redor.
No início do 5º capítulo o autor nos diz que tem como objetivo analisar as representações de gênero em livros didático no ensino de línguas estrangeira,  e que o interesse em pesquisar livros didáticos vem da constatação de que nos tempos atuais, o letramento está extremamente ligado à noção de desenvolvimento e capacidade intelectual, apesar de que esse hábito da leitura e essa relação entre ser uma pessoa “culta” ou com maior intelecto, não leva em consideração ao que sê lê e o como se lê, dificultando as reflexões sobre os reais efeitos da leitura na sociedade.
Outro ponto abordado é de que o livro didático juntamente com a metodologia utilizada pelo professor em sala de aula, não atuam somente como elementos facilitadores de ensino e aprendizagem, mas contribuem também para a formação de pessoas críticas que atuem na sociedade, mostrando que o livro didático é um dos mais importantes instrumentos sendo utilizados como transmissor de conhecimento, os autores se utilizam do argumento que os textos contidos em livros didáticos são altamente influenciáveis por muitas vezes serem o primeiro contato que os alunos terão com textos críticos reais, e para complementar, esses textos são apresentados na escola, o que reforça a possibilidade de veridicidade da informação.
A partir do ponto abordado o autor demonstra sua preocupação, pois em muitos livros didáticos, mesmo em análise superficial, podemos notar várias referências de caráter visivelmente sexista e discriminatório em relação às minorias qualitativas da sociedade, com essa análise Pereira afirma ter certa dificuldade e resistência dos autores e autoras desses materiais em aceitar e incorporar os avanços recentes na sociedade, no que diz respeito às questões da igualdade entre gêneros, produzindo muitas vezes, como apresentado em tabelas na Página 126 do livro, materiais e discursos de cunho Sexista; Conservador;  De reseistencia/Contra-discurso; “Politicamente correto”; Alienante; Alternativo/Marginal; Denunciador/Conscientizador; Politicamente preconceituoso; Socialmente preconceituoso.
Em seguida são abordados vários meios a onde a questão de gênero está presente e pode ser altamente influenciável, começando pela sala de aula. 
Sabat (2003) diz que a educação é um dos mais eficientes meios de intervenção no processo de construção de identidade de gênero e sexo, pois molda o sujeito conforme as normas sociais vigentes, abrangendo discussões e conteúdos sobre a questão de gênero, afinal a sala de aula é uma continuidade da realidade social. “A escola como instituição está inserida em um contexto social mais amplo e só pode ser entendida se considerada como parte integrante desse contexto” (Pereira, P.120).
O Próximo ponto abordado é o meio familiar, muitas vezes retratadas como “ideal”, “perfeitas” e “felizes”, sem nenhum tipo de conflito, junto com essa visão de família idealizada, está a constituição “idealizada”, trazendo consigo uma visão totalmente conservadora, geralmente constituídas por pai, mãe, filho e filha, raramente por apenas um filho, e nunca mais de 3, aparecendo como coadjuvantes os avós e alguns animais de estimação, nunca se fez menção a uma família diferente desse modelo, como pais divorciados, pessoas que vivem juntas sem serem casadas na igreja, pessoas casadas que sejam do mesmo sexo, etc.
Dando continuidade aos tópicos, o próximo está no meio do esporte e do lazer, que novamente vemos a mesma situação do quadro anterior, limitando a representação de gênero, mostrando esportes seletos, considerados “radicais”, sendo praticados exclusivamente por homens, enquanto não há nenhum esporte que seja mostrado como sendo exclusivo de mulheres, o mesmo ocorre com as atividades de lazer, mostrando na maioria da vezes um homem correndo ao ar livre por exemplo, enquanto a aparição da mulher geralmente está associada a trabalhos domésticos.
Por último, temos a abordagem das relações amorosas e afetivas, o autor aponta que como no caso da família, as relações afetivas também são representadas de maneira idealizada e surreal, mostrando muitas vezes casais apaixonados, mas em que todas as representações, colocam o homem como sendo quem exerce o papel de tomar iniciativas e a mulher sempre se “preservando”.
Para finalizar, podemos notar e concluir que os livros didáticos são de fato um instrumento de extrema importância em sala de aula, e que ajuda na construção social e ideológica dos alunos, procurando muitas vezes apresentar diversos pontos, sempre com ideologias diversificadas, mas quando se trata de gênero, podemos notar que a produção do material ainda “peca” e muito, trazendo material de cunho sexista e “idealista”, digo “peca” pois vale ressaltar que a criança ou pré-adolescente vendo esse material em um livro didático o tomará como “certo”, afinal ele “aprendeu” na escola que deve ser assim, então isso precisa de um pouco mais de atenção, afinal estamos tratando da construção social e crítica de pessoas, as quais não queremos que futuramente repitam os mesmos preconceitos que ainda enfrentamos na sociedade atual.




Roberta Aparecida Diadio 

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            No ensino de línguas, adotamos e escrevemos (ou até mesmo podemos dizer “criamos”) materiais didáticos ou – como adotado neste livro – materialidade, ou melhor dizendo, não necessariamente é escrevendo que se faz material, mas como também, através de diálogos em salas de aula. O que muito tentamos deixar de lado são os materiais exaustivos, aqueles que não se encaixam no século XXI, pois o jeito como se ensina hoje neste mundo contemporâneo e repleto de grandes evoluções, com tamanha globalidade, é muito diferente de como se era ensinado em alguns anos atrás. Não são mais correspondidos aqueles materiais que dão a resposta para tudo e possuam facilidade demais tanto nas explicações quanto nos exercícios propostos isso não faz mais parte do professor atual.

            No primeiro capítulo do livro Materiais didáticos para o ensino de língua estrangeira, é totalmente dedicado às intocáveis facetas do material didático sobre sua produção e seu uso, como é dado no ensino de línguas, tendo em vista o comprometimento do autor com o que constitui a natureza do que está codificado nesses materiais de apoio ao ensino; pois, tem todo um porquê da produção de um material e aqui focamos no sucesso em mediar o ensino de línguas.
            Os materiais preveem as experiências de ensino e de aprendizagem que professor(a) e alunos(as) vão viver em algum momento. Não podemos ter em mente de que eles são meros instrumentos para o ensino e sim, são eles que ajudam na transformação das ações ensinadoras, tornando-as melhores.
            Quando preparamos ou escolhemos um material pode ocorrer de confundirmos com as demais fases da operação maior de ensinar e aprender línguas. Por exemplo, pensaríamos que um material pode ser a primeira parte da aula ou a segunda parte do planejamento, assim, estaríamos acreditando somente no material, quando na verdade é o método que desempenha esse papel. Porém, em grande parte das vezes que essa confusão acontece, não é por denominarmos materiais aquilo que são métodos, mas ao contrário, por denominarmos métodos aquilo que são materiais.
            O plano de ensino inicia a corrente com objetivos e unidades de ensino definidas grosso modo, visto que, tendo eles definidos (objetivos e as unidades de ensino) dão-nos pista e caminhos para construção de um material rico em ideias, em imagens, textos orais e escritos.   É comentado que o termo ‘compositor de materiais’ é pertinente por apontar que compor é sistematizar ou identificar um desempenho futuro, mesmo que esse futuro seja o acontecimento seguinte. Todavia, isto também quer dizer que uma autoria só seria completa se fosse executado a interpretação da obra composta em partitura para ser traduzida em atividades, pois, acreditamos que quando se coloca em prática é que surgem os efeitos.
            Também, no primeiro capítulo é comentado que o uso da palavra “ensinar” é justamente no infinitivo para demonstrar que ela está em constante movimento, e também, é perceptível que é quando se põe em prática que se desenvolve maiores habilidades. Em relação ao método, podemos entender que ele é a manifestação concreta dos materiais, aqueles que são portadores de instruções feitos por compositores didáticos ou autores (produtores de materiais). Sendo assim, a elaboração de obras didáticas é uma resposta um tanto criativa do planejamento e compor pode ser empregado por não somente o professor ou professora, mas também por qualquer outra pessoa.
            O interessante é que produtores de materiais possuam uma especialização aprofundadora da capacidade reflexiva e do conhecimento teórico relevante sobre os processos de aquisição e ensino de idiomas. Não acreditamos que isso acontece tanto por um currículo rico e que esteja transbordando de diplomas, seja pós, mestrado, doutorado, enfim, mas pela capacidade de “ser o indivíduo transformador”, pois, às vezes, não adianta ter tantos títulos se não tem a capacidade e vontade de dar uma boa aula.
            Todo material didático (MD, ou MDs para materiais didáticos) possui uma concepção de língua, de ensinar, aprender, adquirir uma nova língua. Sua abordagem se revela nas escolhas e nas resoluções em que seus autores realizam a construção do material, e também, nas instituições indicadoras. Essa abordagem entra em tensão com as de professores e aprendizes que vão utilizar o MD. Para constituí-la cooperam alguns fatores, tais como, a tradição – podemos entender como tradição tudo o que está relacionado à prática em sala de aula ao longo dos anos – de fazer livros didáticos (LDs, ou LD no singular) com um emaranhado de conteúdos e atividades estritamente selecionados, afinal, acreditamos que muitos professores ainda se penduram somente naquilo que é dito nos LDs, então, é preciso muita cautela ao selecionar o conteúdo.
            Geralmente os melhores materiais são aqueles que foram feitos por pessoas experientes em fazer mudanças, independentemente da idade ou prática escolar, ou mesmo – como já foi dito – pela quantidade de certificados. Claro que a experiência vivenciada longos anos em diferentes ambientes escolares conta muito, mas aqui não é visto como fator primordial. A explicação de poruqe o LD é como é tem de ser buscada no conjunto de fatores expostos e não apenas nas declarações dos autores ou editores.
            Na questão que diz respeito à avaliação e produção de materiais, sempre se faz devido ou à tradição da época ou pelos preceitos teóricos que são impostos em determinada época. Cada quesito de um MD pressupõe uma informação, ou melhor dizendo, há todo um conhecimento teórico que lhe sustenta. Como por exemplo, se acontecer de nos perguntarmos se há no LD atividades que estejam contextualizadas, provocando o uso, ou seja, a prática dos aprendizes, isto é um fator primordial, para concluirmos nossas expectativas sobre a qualidade de um MD. Bons indicadores de qualidade são as ações personalizadas e criativas que despertem o interesse do aluno desde cedo.
            Mas além de tudo isso que aqui já indagamos, é preciso sempre estar atento com a abordagem do MD para que ela esteja sempre presente em sala de aula e que, descobrir as diferentes formas de trabalhar em turma é um jeito de se obter sucesso com os alunos.
            Os conteúdos dos LDs são as matérias tratadas individualmente nas unidades dos livros. Devido à tradição que existe conforme a Abordagem Gramatical (AG), aqueles conteúdos que temos como principais são os grandes pontos para a elaboração de um MD, funcionam como as raízes de uma árvore, sendo a base para a construção/elaboração de um material, o autor chama de pontos gramaticais. Uma preocupação com o vocabulário segue esses pontos. Analisando por um ponto de vista comunicativo, o conteúdo terá componentes primários como temas e seus derivados. Podemos reconhecer a AG como variante do macro tipo seja ele comunicacional ou gramatical.
            Já no segundo capítulo, alguns autores propuseram procedimentos de princípios para o desenvolvimento de MDs de aprendizagem de línguas. Há uma falha, ou melhor dizendo, há inúmeras faltas de propostas específicas para princípios de consciência crítica para desenvolvedores de materiais a considerar ao avaliar, adaptar e conceber os materiais. O objetivo deste capítulo é propor tais princípios para desenvolvedores de materiais e professores para pensar, e também de se adaptar para seus próprios propósitos.
Tem sido foco principal, pela literatura, a efetividade no desenrolar da produção de materiais, instituindo novos princípios e critérios para uma melhora nas suas avaliações e produzindo fundamentos para a apropriação desses MDs, deixando de lado propostas específicas tais como princípios de críticas culturais e princípios de consciência crítica para que seus desenvolvedores considerem quando avaliando, adaptando ou criando-os.
            Podemos entender os termos “cultura e críticas culturais”, antropologicamente, como todas as conquistas artísticas de uma civilização geral de um devido país ou pessoa, ou como também do viés sociológico, como sendo a forma de viver de um determinado grupo de pessoas ligadas de alguma forma. Ela é complexa se pensarmos em um modo específico, mas podemos usá-la para relacionarmos o requinte intelectual do indivíduo. Já na questão crítica cultural, podemos analisar que é uma explosão de informações sobre as características da cultura seja individual ou coletiva. É importante também, ressaltarmos que a cultura de um povo ou país pode ser distribuída para outros lugares se há outros contextos em volta, como no caso da Língua Inglesa, que atualmente está no auge da proliferação devido à globalização, sendo utilizada por diversas pessoas de diversas culturas.
            Em estudos recentes sobre a cultura foi relacionada aos efeitos da globalização no conteúdo e metodologia no ensino de língua inglesa, podendo ter como conclusão que a cultura no aprendizado, não atingiu o impacto esperado no ensino de língua inglesa na China por causa do conflito entre a cultura de aprendizagem norte-americana, com o ensino chinês tradicional.
            Bao (2006) explica que estereotipar é um ato humana comum e natural e é um modo de copiar a cultura do outro. Ele por sua vez, apresentou um exemplo em uma aula de inglês, mostrando aos seus alunos figuras de 3 homens; o primeiro um jovem caucasiano, o segundo um idoso caucasiano barbado, e o terceiro um negro, jovem e bem vestido. Pediu então para seus alunos apontarem quem seria o vilão na história e a grande maioria escolheu o homem negro. Quando perguntados o porquê, nenhum sabia dizer com clareza o que motivou a escolherem o terceiro, comentaram que poderia ser porque na maioria dos filmes é este sujeito que desempenha o papel de vilão.
            Os MDs deveriam ajudar os alunos em: aprender através de experiências interculturalmente; através do entendimento consciente nas experiências que eles tiveram; descobrir e tomar ciência em suas atitudes e senso de valores que leva seus comportamentos na sua própria cultura e de outros; tornar-se mais tolerante e ambíguo; ter acesso a situações e reconhecer várias possibilidades de interpretações sem pular para conclusões elevadas ou cair em estereótipos; tornar-se capaz de acessar conflitos potenciais e atuais, analisando-os e identificando opções; desenvolver a habilidade de usar a língua apropriadamente efetivamente em uma variedade de contextos culturais.
No terceiro capítulo a autora Gottheim nos mostra temas elaborados por ela mesma, durante sua formação docente, objetivada à motivar a aplicação de seus resultados em cursos de português como L2 (ou segunda língua) mesmo que embora pressupostos de abordagem comunicacional sejam bem aceitos, a aplicação desses pressupostos necessitam contínua reflexão e análise crítica.
            Gottheim afirma que esse período era fortemente marcado por interesse em pesquisas que procurassem entender o funcionamento de uma abordagem comunicacional em sala de aula com o foco na interação, muitas dessas pesquisas tiveram como resultado de que conhecer pressupostos ou princípios comunicativos não era garantia de os professores conseguirem realizar um ensino com essa abordagem na prática docente.
            O termo “concepção” de produção de MDs, faz referência à representação do processo de ensino na mente de um autor que o produz, acabando por se materializar na composição de materiais por ele produzido. A produção de materiais para o ensino-aprendizagem é a base codificada da experiência de ensinar e aprender que autores desejam que ocorra. A autora Gottheim recomenda a utilização da metodologia da pesquisa-ação, a qual afirma que a pesquisa-ação é um processo de reflexão estruturada, a qual envolve o processo de coleta de dados, análise e interpretação desses dados.
No quarto capítulo do livro que aqui resenhamos, é possível ver a preocupação em tratar o assunto em que o livro didático de inglês não é só um mero instrumento de ensino e aprendizagem, mas são também artefatos de reflexão e construção cultural, assim como os jornais, revistas, filmes, dentre outros, e assim como esses outros meios, o LD de língua inglesa não pode separar-se do contexto cultural ao qual eles estão baseando-se em que todo conhecimento é socialmente construído, devido a isso, apoiam também o usam de mídias em sala de aula por trazer uma aproximação cultural mais abrangente.
Logo em seguida, nos é apresentado o módulo “Move Intermediate”, o qual eles se referem como sendo um LD de “personalização” e que é possível olhar de diversas formas e pontos de vista para seu significado, permitindo assim diferentes interpretações, a qual eles a separam entre “respostas pessoais individuais” e “contribuições personalizadas individualizadas”, a qual envolve os alunos fazerem escolhas sobre o que eles falam ou escrevem sobre, e como eles fazem isso, e isso é muito significativo porque permite ao aluno no encontro com sua própria identidade, lembrando que experiências cotidianas influenciam muito em sua formação.
O autor explica que como professores de inglês, nós necessitamos ser conscientemente críticos em como os LDs constroem ou transformam a visão de mundo dos alunos e os fazem focar em aspectos da realidade de maneira particular. Aponta também que, podemos nos guiar por um ponto chamado “Pedagogia Crítica”, essa que por sua vez acredita que os professores de língua inglesa entendem que sua responsabilidade não é apenas ajudar os alunos a aprender inglês, mas também desenvolver a habilidade necessária para desconstruir versões dominantes da realidade, tendo assim como propósito fornecer aos alunos e professores  ferramentas que os permitam ver os textos, incorporando tanto representações particulares do mundo social e natural, e também interesses e ambições particulares, ajudando-os a entender melhor eles mesmos e o mundo ao seu redor.
O interesse em pesquisar LDs vem da abordagem de que nos tempos atuais, o ato de ensinar e o letramento estão extremamente ligados à noção da evolução da capacidade intelectual, mesmo que esse hábito da leitura e essa relação entre ser uma pessoa “culta” ou com maior intelecto, não leva em consideração ao que sê lê e o como se lê, o que nos leva a ter dificuldades em refletir sobre os reais efeitos que a leitura causa na sociedade.
Os livros juntamente com a metodologia usada pelo professor ou pedagogo, não contribuem tão somente para facilitar os meios de aprendizagem, mas também, de modo a construir uma consciência crítica ou desenvolvê-la nos indivíduos; não é só os alunos que aprendem com o educador, seu professor, mas também, há uma troca de informações que enriquece o trabalho daquele que está ensinando.
Em diversos livros didáticos, podemos notar várias referências de caráter visivelmente sexista e discriminatório em relação às minorias qualitativas da sociedade. Em seguida são abordados vários meios onde a questão de gênero está presente e pode ser altamente influenciável, começando pela sala de aula. A educação pode ser considerada como um dos meios mais eficientes no processo de construção de identidade de gênero, pois molda o sujeito conforme as normas sociais vigentes, abrangendo discussões e conteúdos sobre a questão de gênero, afinal a sala de aula é uma continuidade da realidade social.
Um fator bastante contribuinte ou que possa ser o causador dos problemas encontrados pelo professor no aluno, é a questão familiar. Diferente daquilo que vemos em filmes – “a família perfeita”, “ideal”, aquela que se faz presente em todos os dias da vida do aluno quanto estudante ou simplesmente uma criança – está a família da realidade, aquela que enfrenta os desafios diários de tentar não deixar faltar o “pão”, com dívidas, problemas, aluguel, gás, água, luz, doenças e isso sem contar com as famílias que têm dependentes químicos no meio. Isso tudo contribui positivamente ou negativamente na vida do aluno, e é impossível você mudar essa realidade. Por isso é preciso que o professor procure saber mediar a vida de cada um, entendendo seus problemas e ajudando sempre que possível.
O próximo ponto a considerarmos é encontrado no esporte e no lazer, limitando a representação de gênero, porque para ser para todos, não pode ser radical demais, por exemplo, pois meninas normalmente não puxam para esse lado. O mesmo ocorre com as atividades de lazer, que na maioria das vezes mostra a mulher no serviço doméstico, quando o homem está sentado assistindo a uma partida de futebol, na maior mordomia.
E por último, não menos importante, é a abordagem das relações amorosas e afetivas, o autor aponta que como no caso da família, as relações afetivas também são representadas de maneira idealizada e surreal, mostrando muitas vezes casais apaixonados, mas em que todas as representações, colocam o homem como sendo quem exerce o papel de tomar iniciativas e a mulher sempre se “preservando”.
Podemos concluir que os LDs são instrumentos de extrema importância em sala de aula e fora dela, caso os alunos tenham a liberdade de leva-los para casa, e que esses livros ajudam na construção social e ideológica dos alunos, que através de metodologia melhor executada mostre suas ideologias diversificadas. Apesar de tudo, ao tratar o gênero, podemos notar que a produção do MD ainda erra ao trazer material de cunho sexista e idealista, pois provavelmente o estudante por ser imaturo não reconheça que isso não precisa ser tomado como fator primordial. Isso deve ser trabalhado com mais atenção e foco, afinal, tratamos da construção social e crítica de pessoas, para a evolução do cidadão nos dias atuais.



Tobias Miguel


Resultado de imagem para imagens de leituraNa obra estudada, os autores nos trazem vários estudos realizados com o foco no ensino de língua estrangeira, e também análises sobre os materiais didáticos que são utilizados como auxilio no momento de ensino. A área de ensino e aprendizagem de idiomas é um campo de estudo que exige, dos envolvidos nela, uma constante atualização para a sua melhora, e também que tenha participação ativa e crítica nos processos de criação e análise dos assuntos que a constroem.

            No primeiro capítulo, ao autor “propõe uma reflexão acerca do processo de produção e uso do material didático” (p.09). No capítulo seguinte os autores “apresentam uma importante discussão sobre os princípios e critérios para a produção e análise de materiais didáticos para o ensino de línguas” (p.09). No terceiro capítulo a autora “apresenta uma interessante reflexão acerca do processo de criação de um material didático para o ensino de português como língua estrangeira” (p.09). O quarto capítulo o autor “desenvolve o argumento de que, além de servir como instrumento de ensino e aprendizagem a professores e aprendizes, o material didático é um agente cultural que contribui para a formação dos sujeitos” (p.10). No último capítulo resenhado aqui, a autora “trata de aspectos culturais e discursivos de matérias didáticos. Ao discutir as formas de representação de gênero nesses materiais” (p.10).

Capítulo 1

Codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora no material didático para o ensino e aprendizagem de línguas.
José Carlos Paes de Almeida Filho

            Neste capítulo inicialmente o autor fala, metaforicamente, que o ensino equivale a escrever e interpretar uma partitura, ele destaca fatos de que os livros didáticos trazem métodos, atividades, conteúdos idealizados e a aula sendo totalmente prevista, premeditada, sendo os livros completos, todavia a sua crítica é exatamente de que o professor e o aprendiz no momento de ensino e aprendizagem não são idealizados e o instante em que está acontecendo, interfere no estudo da língua. Ele compreende que para a concretização positiva de ensino de línguas “é o de materiais incompletos como se fossem planos incompletos aguardando uma finalização de professores e suas turmas nos contextos reais em que estiverem imersos.” (p.15).

            O autor expõe sua visão de que o método para que seja posto em prática e venha a obter resultados positivos, poderia em certos momentos ser criado pelo professor o qual irá aplica-lo, pois o mesmo conhece seu contexto em que irá ensinar a língua e também conhece seus aprendizes, ele ainda comenta que a utilização de obras didáticas feitas por autores têm também sua importância e seus pontos positivos para o ensino.

            Na sua análise, são apresentados outros pesquisadores que analisam o livro didático, e traz quesitos para se identificar o bom livro para ensino e aprendizagem da língua estrangeira, sendo algumas delas, “atividades contextualizadas que forneçam muita prática em usos prováveis da L-alvo”; “atividades para trabalho em grupo e interação comunicativa entre os alunos” (p.22). Um dos pesquisados por ele apresentados é Ommagio que diz que se o livro didático contiver “atividades contextualizadas que provoquem muita prática de usos prováveis, está pressupondo que atividade contextualizada é um critério para se examinar a qualidade de um material de ensino” (p.23).

            Ainda apresentado no capítulo pelo autor, é destacada a tradicionalidade dos conteúdos nos livros didáticos, que são os pontos gramaticais, esses seguidos pelas aulas, e também demonstra a questão da interação, da perspectiva comunicacional que presente em sala de aula, virá a colaborar com os pontos acima citados, sendo as realizações dos focos nos materiais didáticos, que se bem executados trarão ensinos concretos da língua estrangeira estudada.

            E em suas considerações finais, o autor conclui que “materiais didáticos são uma materialidade de especial importância para a profissão de ensinadores de língua para seus alunos adquirentes” (p.27). E como a metáfora que ele iniciou o capítulo dizendo sobre as partituras, ele diz que elas podem sofrer variações, pelo mesmo motivo das critica feitas às aulas idealizadas, pois os alunos têm suas histórias de vida e cultura. E creio que vale ressaltar, que ele não descarta a importância do material didático, mas faz críticas para a melhora do sistema de ensino e concordo plenamente ao fato de ele dizer que tanto para a criação de métodos, matérias, quanto para a execução deles e de metodologias no ensino de línguas, o professor deve estar em constante atualização e aprendizagem para compreender melhor o seu contexto e saber usufruir desses conhecimentos com seus discentes.

Capítulo 2

Materials development for language learning: principles of cultural and critical awareness
Brian Tomlinson
Hitomi Masuhara

            Os autores trazem um estudo pensando na formação da consciência cultural dos aprendizes da língua estrangeira, tratando-se de que ao estudar uma língua precisasse estudar sobre a cultura da mesma, para que o entendimento dessa seja eficaz e claro ao estudante. No entanto Tomlinson e Masuhara mostram o contraste que eles entendem em “conhecimento cultural” e “consciência cultural”, sendo por eles entendia como

Cultural knowledge as ‘information about the characteristics of our and other people’s culture’, which tends to be externally given, static and often simplified. (…) Cultural awareness, on the other hand, is defined as ‘perceptions of our own and other peoples cultures. (p.31)

         Ao falar sobre o estudo da língua inglesa, eles citam de que o inglês é uma língua franca de comunicação e milhões de pessoas são usuários dela com diferentes culturas, interações, entre outros fatores. Nesse sentido os autores expõem que o efeito da globalização influencia no conteúdo e na metodologia em que a língua inglesa é ensinada, pois as expectativas, valores, atitudes e conhecimentos são diferentes em cada cultura onde os aprendizes estão estudando-a. Apresentam seus pensamentos de que os materiais e métodos deveriam ser desenvolvidos pensando na cultura, no contexto especifico em que ele está sendo ensinado, adquirido.

            Neste capítulo, os autores escrevem sobre trabalhar com alunos assuntos que estejam no seu cotidiano e também os que eles desejam aprender, todavia também expõem que os professores trabalhem assuntos vistos como críticos para que desenvolvam nos alunos a sua consciência critica, e que o aluno também aprenda sobre diferentes culturas, contextos e realidades em que os mesmos assuntos são vivenciados, para que eles desenvolvam e aumentem o seu pensamento critico, pois os materiais e as aulas devem fazer com que “learners are encouraged to be critical and that their views are valued.” (p.44).

         São apresentados alguns princípios da consciência crítica que creio que sejam validos e deveriam ser levados em consideração no momento da criação e, ou escolha dos materiais para o ensino de língua estrangeira, sendo alguns deles como “1. Reflect the real world that the learners live in; 3. Expose the learners to differing views and values.” (p.46), entre outros que estão presentes no capítulo.

            Em sua conclusão, os autores novamente expõem suas opiniões ao fato de o material ajudar os aprendizes a desenvolver sua consciência crítica, e entendo também, a desenvolver seus pensamentos a respeito dos diferentes contextos em que a própria língua inglesa é utilizada, estudada e vivenciada.

Capítulo 3

A gênese de um material didático para o ensino de língua
Liliana Gottheim
        
Sobre o capítulo três, a autora inicia falando sobre onde se desenvolveram os estudos sobre tal tema, sendo em sua dissertação de mestrado, e tese de doutorado, com foco em materiais para o ensino de língua portuguesa como língua estrangeira, realizando suas pesquisas na Unicamp, no Brasil, e por um período de tempo de cinco meses na Leeds Metropolitan University, na Inglaterra.

A elaboração do seu estudo procurou, sobretudo, “selecionar textos e decidir ações que facilitassem a aprendizagem da língua”. (p.56), a autora fala sobre os materiais didáticos, que esses sendo utilizados, melhoram o desenvolvimento de um ensino aprendizagem, somando as experiências e atitudes que são desenvolvidas pelos sujeitos, usuários da língua no momento para concretizar esse aprendizado.

O estudo foi pausado em duas etapas, sendo o objetivo, na primeira etapa, identificar os conhecimentos dos docentes sobre a língua, sendo eles mínimos, formais ou informais, e através de muitas leituras e pesquisas, passaram a reexaminar os estudos deles na área em que estavam a da linguística aplicada ao ensino de língua estrangeira. Na segunda etapa embasou-se em efetivar os objetivos do inicio do estudo, para a explicação das concepções de produção dos estudantes da língua portuguesa, chegando a resultados em que perceberam a necessidade de reformular materiais para o ensino, redefinir alguns objetivos pretendidos, sendo alguns deles

·                Despertar curiosidade para conhecimentos de culturas do Brasil e de outras culturas
·                Desenvolver a língua portuguesa na comunicação (percepção da língua, conhecimento de estruturas, fluência).
·                Desenvolver responsabilidade e maior autonomia para aprender uma segunda língua pelo estímulo de uma participação ativa na aprendizagem. (p.72).

Um ponto de grande importância apresentado pela autora, é a interação. Ela cita outros autores que entendem que o processo de aprendizagem de uma língua, se realiza na interação entre professor e aluno e também, com os textos, materiais e atividades, que são por todos utilizadas no momento do ensino aprendizagem. Ainda sobre o tema ela cita que os produtores de materiais deveriam pensar e se preocupar mais com o ato da interação que esse material fará acontecer, do que na prévia dos conteúdos, e como já fora mencionado em capítulo anterior na idealização de uma aula, pois o contexto e o ato da interação irão direcionar a produtividade da aprendizagem da língua estudada, muito mais pela forma em que está sendo exposta do que com o conteúdo em que está sendo apresentada.
Em suas considerações finais, Gottheim ainda fala sobre o que sempre é dito a respeito da profissão do professor, que esse se sente, algumas vezes, desafiado ao tentar unir a teoria com a prática, e ela também fala sobre a questão do professor sendo um eterno aprendiz, que isso exige dele um esforço grande, todavia, com grandes resultados na sua ação docente.
Capítulo 4
Challenging constructions of the world and the individual in the english language textbook
John Kullman
Quando falamos sobre a lingua inglesa, geralmente, vem à cabeça os Estados Unidos da América ou a Inglaterra, pois bem, são esses os países que mais importam materiais para o ensino do inglês em todo o mundo. Ao pensarmos assim, os autores expõem a questão do inglês sendo global, todavia em cada contexto em que ele é utilizado no ensino aprendizagem, entendendo contexto como país, haverão de aparecer peculiaridades e diferenças culturais se comparadas com os primeiros países, já citados anteriormente, pois cada um tem sua cultura e em cada contexto, haverá diferentes professores, alunos, enfim estudantes da mesma língua, propiciando assim divergentes maneiras em que esse estudo acontecerá.
São apresentadas neste capítulo, as falas dos autores sobre o inglês global presente no material didático, que muitas vezes pode estar bem distante da realidade dos aprendizes do idioma em seus países, pois os textos, as atividades, os assuntos abordados no material didático, podem existir em ambos países, todavia, a forma que são na realidade em cada um, podem interferir no ensino aprendizagem da língua, entendendo como exemplo citado um livro sendo utilizado na Inglaterra e o mesmo sendo utilizado em Uganda, com o mesmo intuito de aprendizado da língua inglesa.
Um termo citado é o da “pedagogia crítica”, que como é apresentado, seria o fato de o professor não ver como sua responsabilidade apenas o ensinar a língua, mas também fazer com que o aprendiz desenvolva seu pensamento crítico, e suas interpretações a respeito das representações presentes em contextos de aprendizagens.
 Os autores nos mostram pensamentos que os alunos trazem consigo, construções por eles formadas, sendo essas individuais ou coletivas, que isso pode contribuir no momento de ensino aprendizagem, nas interações, nos assuntos abordados, nos momentos de escrita, todos sendo pensados no desenvolvimento da língua estudada, pois é falado sobre uma “neutralidade cultural” que como já fora dito, muitos materiais didáticos são idealizados em alunos e aulas, e pensados na cultura em que ele está sendo produzido, deixando assim a desejar melhores aproveitamentos em diferentes contextos, culturas e momentos em que ele será utilizado para o aprendizado.
Capítulo 5
Representações de gênero em livros didáticos de língua estrangeira: discursos gendrados e suas implicações para o ensino
Ariovaldo Lopes Pereira
Creio que para o início do estudo sobre o capítulo, a explicação sobre o termo gendrado no título, seja de grande importância. Como cita Pereira, o termo “gendrado” é uma livre tradução do inglês gendered, que se refere ao gênero como categoria social, e ele ainda cita que o termo pode também aparecer como “generífico”, embora ambos não estejam no dicionário de língua portuguesa eles são adotados por autores e autoras brasileiros.
O objetivo para a realização do estudo foi
Analisar representações de gênero (gender) em livros didáticos para o ensino de língua estrangeira – inglês – produzidos no Brasil; identificar os discursos gendrados expressos por essas representações; perceber seus reflexos no cotidiano da sala de aula, em discursos de alunos e professores; e estabelecer relações entre esses discursos e outros que circulam na sociedade brasileira (p.114).

            O autor ressalta que “gênero constitui-se em um construto social e cultural do que é ser homem e ser mulher, podendo esse conceito ser diferente em diferentes culturas e sociedades” (p.114).  Ele cita que o foco de seu estudo foi em analisar a metodologia e as formas de interação e aprendizagem presentes na sala de aula, vendo a escola como um lugar para formar e, ou desenvolver opiniões e pessoas críticas, de ir além de simplesmente aprender uma nova língua.
            As representações, discursos apresentados em sala pelos aprendizes e pelo docente, são entendidas como relações que acontecem na sociedade e são refletidas no ambiente escolar. O autor comenta que não aparecem nos materiais didáticos, as mudanças que acontecem no mundo, pensando na questão de igualdade de gênero.
            No estudo realizado, foram levantadas quatro áreas presentes nos livros didáticos com referência aos gêneros, sendo elas: família, trabalho, esporte e lazer e relações afetivas. São elencados alguns discursos encontrados nos materiais didáticos analisados, como por exemplo: de resistência; ‘politicamente correto’; socialmente preconceituoso, entre outros. Ainda o autor fala que tais temas são vistos como polêmicos e por isso muitas vezes, não são pensados e nem trabalhados.
            Em suas considerações finais, Pereira diz que em seu estudo encontraram vários discursos, e em apenas um volume de material didático foi identificado textos em diferentes categorias, pois a predominância de discursos nos livros foram entendidos como conservadores e sexistas. Concordo com a fala do autor sobre a escola ser o lugar de formação de conceitos e valores, quais, talvez, sejam criados apenas na instituição e mais influentes do que na família, e esses processos acompanharão os aprendizes, para outras esferas além da aprendizagem de línguas.
           

 Vanderléia Tadra

 1° capítulo
Codificar conteúdos, processo, e reflexão formadora no material didático para o ensino e aprendizagem de línguas
Resultado de imagem para imagens de leituraNo primeiro capítulo, o autor José Carlos Paes de Almeida Filho, sugere uma reflexão sobre como devemos utilizar o material didático. O referido autor faz uma comparação a esse tipo de material a uma partitura musical, alegando que todo material implica ou traz de forma mais clara a concepção filosófica, teórica e didático-metodológica de quem o produziu, o que leva a reflexão de seu uso em ambientes de ensino e aprendizagem.
Assim sendo, o autor mencionado acima traz em voga alguns componentes trabalhados como fundamentais na elaboração dos materiais didáticos, sendo, portanto, os conteúdos que os alunos vão experienciar; o processo de poder vivenciar o contato com a nova língua e com as suas devidas instruções e por fim a explicitação de ações reflexivas com o intuito de avigorar a formação dos professores e dos aprendizes.
Em seguida, o referido autor relata que uma das quatro materialidades direcionadas ao ensino de línguas: “é “escrever materiais” ou ‘adotar’ materiais prontos para o ensino” (p. 14), em que este “escrever materiais” também pode ser dito oralmente e trabalhado em sala de aula, sendo fundamental na língua alvo, possibilitando aos aprendizes o desenvolvimento da competência comunicativa.
Um dos fatores importantes para o referido autor é saber usar o material didático em sala de aula, saber o seu momento certo e o seu contexto de uso. Desta forma, O autor finaliza relatando de que os materiais didáticos são de suma importância para os educadores de línguas e seus aprendizes e de que elaborar materiais não é apenas fundamental mas sim vital para outros materiais e para o ensino e aprendizagem de qualquer língua.

2° capítulo
Desenvolvimento de materiais para a aprendizagem de línguas: princípios de consciência cultural e crítica
Já no segundo capítulo é discutido pelos autores Brian Tomlinson e Hitomi Masuhara os princípios e critérios para produzir e analisar os materiais didáticos no ensino de línguas. Desta forma, é feita uma abordagem dos princípios culturais e críticos que necessariamente fundamentam o modo como esses materiais didáticos são utilizados pelos professores e aprendizes, os quais podem colaborar e contribuir para o ensino e aprendizagem, além de contribuir para a maneira de como a língua vem a ser utilizada. Os educadores devem ter esta tarefa de ensinar e fazer com que os aprendizes façam o uso da língua em sala de aula.
            Na ultima década, a literatura na produção de materiais didáticos focou na efetividade durante o desenvolvimento de materiais, sucedendo princípios e critérios para a avaliação de materiais e desenvolvendo critérios para suas devidas adaptações, bem como os autores Harwood, Ellis e Tomlinson sugeriram para a produção de materiais didáticos de línguas, todavia, deixando de lado propostas especificas assim como os  princípios de criticas culturais e de consciência crítica.
            A definição de crítica cultural é a Informação acerca das características de nossa própria cultura ou ainda da cultura de outras pessoas. Os referidos autores desse texto compreendem por cultura e críticas culturais do ponto de vista da antropologia, levando em consideração todas as conquistas artísticas e civilização geral sociológica, respeitando seus valores, atitudes, atividades e circunstancias comuns, na maior parte a cultura pode ser utilizada para relacionar o refinamento intelectual de uma pessoa, a cultura tende a ser  algo complexo, seguido de sua interatividade e sua variável.  A cultura também envolve a globalização, assim como ocorre com a língua inglesa, sendo um idioma globalizado.
Segundo Cortazzi e Jin (1996), afirmam, portanto que a cultura na aprendizagem da língua inglesa na China, não causou o efeito esperado, pelo fato do ensino norte-americano entrar em conflito com o ensino da China, sendo que os chineses adotavam um ensino tradicionalista.
            Seguindo esta mesma linha de pensamento o autor Pham (2007) descreve os problemas relacionados ao ensino no Vietnã e propõe alguns fatores como o aumento de salas de aulas, o requerimento para treinamento dos educadores, entre outros, estes seriam alguns dos desafios que a escola deveria adotar. Já Tomlinson (2001) em seus argumentos acerca da critica cultural, envolve o desenvolvimento do senso de igualdade nas culturas e o entendimento de sua própria cultura e a cultura de outras pessoas, desenvolvendo desta forma os  interesses positivos em como elas se conectam e se diferem, tal crítica pode aumentar a tolerância e facilitar a comunicação internacional. 
Em relação aos materiais didáticos, os referidos autores desse capítulo concluem dizendo que estes materiais têm o dever de auxiliar os estudantes, de forma com que venham a desenvolver sua aprendizagem por meio de experiências, e levar estes alunos a compreenderem conscientemente acerca das experiências que tiveram, tentar ainda possibilitar a esses aprendizes a terem consciência de suas atitudes e a terem um senso de valores, levando em conta seus devidos comportamentos culturais e o de outras pessoas, possibilitar o desenvolvimento da habilidade dos alunos em utilizar a língua adequadamente em diversos contextos de uso culturais.

3° capítulo
A gênese de um material didático para o ensino de língua
Neste capítulo, a autora Liliana Gottheim apresenta uma importante reflexão sobre o desenvolvimento de criação de um material didático para o ensino de língua portuguesa como língua estrangeira.  A referida autora busca se conduzir nas variadas concepções que acarretam na elaboração de um material didático que se encaixe nos princípios de pressupostos comunicacionais, sendo que essa elaboração significou, acima de tudo, selecionar textos e determinar o que será feito para que facilite o aprendizado da língua, além de trazer indagações acerca da concepção de metodologia e procurar respostas para novas questões acerca dos pressupostos comunicacionais.
O autor Almeida Filho (2011ª, p.13), nos relata de que para formar professores que tragam inovações ao ensino “é preciso um trabalho reflexivo e crítico em torno da teoria e das ações em sala de aula” (apud GOTTHEIM, 2007, p. 57). Entre as possíveis inovações ao ensino, Gottheim alega que no meio acadêmico tem se discutido estas questões acerca das capacidades que um profissional PLE (Professor de Língua Estrangeira) deverá ter, bem como o seu trajeto para uma formação bem sucedida.
Sob a experiência de seu Mestrado, a referida autora elucida que na área da Lingüística Aplicada ao Ensino de Língua Estrangeira, em meados dos anos noventa, o propósito dos pesquisadores do Brasil de caráter etnográfico  era em compreender a abordagem comunicacional e seu funcionamento em sala de aula, sendo o foco voltado para a interação. Já no ano de 1984 o foco das pesquisas de meio acadêmico eram de caráter etnográfico, e manifestavam acima de tudo, dados de diagnósticos, os quais desafiavam a maneira como o professor deve agir em sala de aula,  “constatando que conhecer pressupostos e/ou princípios comunicativos não era garantia de os professores conseguirem realizar um ensino com essa abordagem na prática docente” (GOTTHEIM, 2007, p. 58). Foi então em 1995 que foi realizada uma pesquisa interventiva e construção de um material didático com base em conteúdos que tivessem alguma temática, mas que de qualquer forma estes conteúdos fossem informativos e de que levassem em conta as questões da sociedade. Portanto este material serviria de base a um projeto que investigasse a comunicação intercultural no âmbito escolar. E assim foi se sucedendo a pesquisa de Gottheim, que para alcançar o objetivo de construir a prática de um professor em abordagem comunicativa, o desafio, no entanto era de aprofundar as áreas de conhecimentos novos para, então experienciar os princípios de abordagem comunicacional.
Segundo Prabhu (1938 apud GOTTHEIM, 2007), o processo para aprender uma língua ocorre com base na interação entre professor, estudantes, textos e por fim as atividades. Desta forma, Almeida Filho (2003, GOTTHEIM, 2007) também se posiciona em relação a importância da interação em sala de aula, afirmando de que as interações são momentos de aprender.

4° capítulo
Construções desafiadoras do mundo e do indivíduo no livro de inglês
Neste capítulo, o autor John Kullman relata que o material didático como instrumento de ensino e aprendizagem dos educadores e aprendizes é também um agente cultural que contribui para a formação pessoal dos indivíduos, possibilitando aos indivíduos um olhar mais critico a respeito do mundo em que vivem.
O referido autor argumenta que o livro didático de língua inglesa não é apenas um simples instrumento de ensino e aprendizagem, mas é ou são artefatos que te levam a reflexão e a construção cultural, bem como os jornais, revistas, filmes, entre outros, e assim como estes meios apontados anteriormente, o livro didático de língua inglesa não pode se separar do contexto cultural, diante disso, é apoiado o uso de mídias em sala de aula, pelo fato de aproximar uma cultura mais ampla aos aprendizes.
Em seguida, o autor relata e nos apresenta um módulo chamado de “Move Inetrmediate”, que é um livro didático de “personalização” em que existem diferenciadas interpretações para seu significado, permitindo assim diferentes interpretações, sendo que se separam entre “respostas pessoais individuais”, sendo as respostas de um aluno individual em relação ao que o professor pediu para ele fazer, e “Contribuições personalizadas individualizadas”, a qual abrange os alunos a fazerem escolhas acerca do que usam na fala ou na escrita, e de que forma os alunos fazem isso, dando a eles o direito de escolha, com o intuito de desenvolver sua própria identidade.
Finalizando, o autor mencionado no decorrer deste capítulo esclarece que como professores de língua inglesa, devemos perceber que os materiais que utilizamos nos influenciam certa compreensão acerca dos sujeitos e do mundo em que vivemos, e temos que ter um olhar mais crítico sobre a maneira de como o livro didático tem a possibilidade de desenvolver uma visão de mundo dos estudantes, além de tratar aspectos da realidade destes alunos.

5° capítulo
Representações de gênero em livros didáticos de língua estrangeira: discursos gendrados e suas implicações para o ensino
Já neste capítulo são discutidos os aspectos culturais e discursivos dos materiais didáticos pelo autor Ariovaldo Lopes Pereira. São analisados e observados os discursos presentes nas formas de representação dos gêneros, relacionando aos discursos presentes na sociedade.
Segundo Pereira, é importante ressaltar o sentido da palavra gênero, que no ponto de vista pos-estruturalista, gênero se constitui em um                               “construto social e cultural do que é ser homem e ser mulher, podendo esse conceito ser distinto em diferentes sociedades e culturas, o que reflete a complexidade das representações de masculinidade e feminilidade” (p. 114).
Em relação ao livro didático, o autor mencionado relata que este instrumento de ensino continua ainda a ser imprescindível, assumindo uma suma importância no âmbito escolar, porém, o livro didático não vem a ser utilizado na maioria das vezes adequadamente, no sentido de não explorar a fundo os conteúdos expostos nele.
Acerca da identidade de gênero, Sabat (2003) explica que a      “educação é um dos mais eficientes meios de intervenção no processo de construção de identidade de gênero e sexo, moldando os sujeitos conforme as normas sociais vigentes” (apud PEREIRA, 2007, p. 118). Levando em consideração de que o ambiente de ensino faz parte de um contexto mais abrangente, observa-se, no entanto, de que as questões relacionadas a gênero estão sempre presentes dentro da sala de aula, sendo que a escola é um lugar onde se concede uma continuidade da realidade das pessoas, em que as relações entre os gêneros se efetivam.  Desta forma, Sunderland (1994) defende a ideia de que os “aspectos das relações entre gêneros tais como papéis e identidades, encontram-se sempre presentes na sala de aula, o que torna os sujeitos desse contexto seres gendrados” (apud PEREIRA, 2007, p. 118).
Pereira (2013) conclui dizendo de que as ideias expressas nas representações de gênero têm uma forte influência na produção dos discursos, na maioria das vezes não são desafiados, mas de certa forma são reforçados nas interações entre os indivíduos em sala de aula e nos textos presentes no livro didático.
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