segunda-feira, 28 de abril de 2014 0 comentários

Autor do mês: William Shakespeare


            Falar de William Shakespeare é uma tarefa desafiadora e empolgante, afinal, não há quem não conheça algo sobre o autor, sejam os versos delicados, as tramas surpreendentes, o último beijo de Romeu e Julieta ou até a importância que o autor dá para sentimentos simples, que todos conhecemos. Por estes e outros motivos, Shakespeare é considerado um dos maiores escritores do mundo, sendo intitulado pelo escritor Harold Bloom como o ‘maior escritor de todos os tempos’ (O Cânone Ocidental, 1994).
            A vida do dramaturgo e poeta sempre foi muito misteriosa, com poucas informações confiáveis. Mas sabemos que William Shakespeare supostamente nasceu no dia 23 de abril e por coincidência morreu no mesmo dia, cinquenta e dois anos depois. Outro fato curioso é que não existem documentos que ‘provem sua existência’ além de suas obras, fato que instigou grande número de pessoas e atraiu a curiosidade sobre a real existência do escritor. Sabe-se que ele foi casado com Anne Hathaway e os dois viveram na cidade de Worcester, província de Canterbury. Algum tempo depois o casal teve três filhos: a garota Susanna em maio de 1583 e dois anos depois o casal de gêmeos Hamnet e Judith – Hamnet faleceu aos onze anos de idade por causas não descobertas.
            Mais importante do que sua vida são suas obras. Afinal, até os dias de hoje suas peças são interpretadas em todos os países, rendendo milhares de espectadores e admiradores ao redor do mundo. Seu estilo irreverente de escrita faz com que um leitor consiga reconhece-lo com facilidade, apenas por ler um de seus versos. A vasta lista de comédias e tragédias mais famosas do dramaturgo conta com Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth, Sonhos de Uma Noite de Verão, Ricardo III, A Comédia dos Erros, entre vários outros...
            Além de peças teatrais, suas obras já foram adaptadas para o cinema, novelas, séries de TV, peças musicais, além de várias de suas obras serem referenciadas em títulos e letras de músicas. Por curiosidade, abaixo estão algumas músicas famosas que fazem referência aos trabalhos do escritor:
·         Romeo and Juliet’ da banda Dire Straits: a banda faz uma notável referência a uma das maiores obras do autor, ao mesmo momento em que narra o fim de um relacionamento que não deu certo;
·         ‘I am the Walrus’, dos Beatles: em uma parte da música ouvem-se trechos de Rei Lear sendo declamados em uma estação de rádio.
·         O famoso músico russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky compôs uma canção com o nome de ‘Romeo and Juliet Overture’.
Além destes exemplos, diversos outros artistas como Bob Dylan, Bon Jovi, Blue Oÿster Cult, Radiohead, Madonna e Arctic Monkeys gravaram músicas que faziam referências a algumas obras do autor.

Exemplos como estes servem para demonstrar como o nome William Shakespeare ainda é muito influente e importante nos tempos de hoje. Um dramaturgo que revolucionou a história do teatro e da literatura que ficará para sempre marcado como o maior nome da dramaturgia inglesa. Deixo abaixo o Terceiro Solilóquio de Hamlet, uma das falas mais conhecidas do teatro e da literatura universal, em sua versão em português e em inglês, para que todos possam ler e sentir o poder que as palavras de William Shakespeare ainda deixam na sociedade atual.

HAMLET (em inglês)
 To be, or not to be: that is the question: 
 Whether 'tis nobler in the mind to suffer 
 The slings and arrows of outrageous fortune, 
 Or to take arms against a sea of troubles, 
 And by opposing end them? To die, to sleep— 
 No more—and by a sleep to say we end 
 The heart-ache and the thousand natural shocks 
 That flesh is heir to, 'tis a consummation 
 Devoutly to be wish'd. To die, to sleep; 
 To sleep: perchance to dream: ay, there's the rub; 
 For in that sleep of death what dreams may come 
 When we have shuffled off this mortal coil, 
 Must give us pause: there's the respect 
 That makes calamity of so long life; 
 For who would bear the whips and scorns of time, 
 The oppressor's wrong, the proud man's contumely, 
 The pangs of despised love, the law's delay, 
 The insolence of office and the spurns 
 That patient merit of the unworthy takes, 
 When he himself might his quietus make 
 With a bare bodkin? Who would fardels bear, 
 To grunt and sweat under a weary life, 
 But that the dread of something after death, 
 The undiscover'd country from whose bourn 
 No traveller returns, puzzles the will 
 And makes us rather bear those ills we have 
 Than fly to others that we know not of? 
 Thus conscience does make cowards of us all; 
 And thus the native hue of resolution 
 Is sicklied o'er with the pale cast of thought, 
 And enterprises of great pitch and moment 
 With this regard their currents turn awry, 
 And lose the name of action.—Soft you now, 
 The fair Ophelia! Nymph, in thy orisons 
 Be all my sins remember'd.

 
HAMLET (em português)
Ser ou não ser - eis a questão.
Será mais nobre sofrer na alma
Pedradas e flechadas do destino feroz
Ou pegar em armas contra o mar de angústias –
E combatendo-o, dar-lhe fim? Morrer; dormir;
Só isso. E com o sono – dizem – extinguir
Dores do coração e as mil mazelas naturais
A que a carne é sujeita; eis uma consumação
Ardentemente desejável. Morrer – dormir –
Dormir! Talvez sonhar. Aí está o obstáculo!
Os sonhos que hão de vir no sono da morte
Quando tivermos escapado ao tumulto vital
Nos obrigam a hesitar: e é essa reflexão
Que dá à desventura uma vida tão longa.
Pois quem suportaria o açoite e os insultos do mundo,
A afronta do opressor, o desdém do orgulhoso,
As pontadas do amor humilhado, as delongas da lei,
A prepotência do mando, e o achincalhe
Que o mérito paciente recebe dos inúteis,
Podendo, ele próprio, encontrar seu repouso
Com um simples punhal? Quem aguentaria os fardos,
Gemendo e suando numa vida servil,
Senão, porque o terror de alguma coisa após a morte –
O país não descoberto, de cujos confins
Jamais voltou nenhum viajante – nos confunde a vontade,
Nos faz preferir e suportar os males que já temos,
A fugirmos pra outros que desconhecemos?



quarta-feira, 9 de abril de 2014 0 comentários

Autor do Mês de Março: Jack Kerouac

Jack Kerouac

Jack Kerouac, muito antes desta geração que hoje vemos, passou pelas mesmas dúvidas e desejos. Ele não apenas sonhava em ser escritor, como conhecia os autores que vieram antes e os autores de sua própria época, sabia de suas próprias influências. E, principalmente, sabia qual era a história que queria contar, e ela não era sua própria história – ainda. Para se sentir apto a escrevê-la, decidiu vivê-la.


       

  On the Road, de 1957, é um dos livros mais importantes da literatura norte-americana. Quase totalmente biográfico, a ponto de ser difícil apontar o que é ficção e o que é realidade, conta a história de Sal Paradise, o narrador, em suas viagens pelos Estados Unidos. Paradise é escritor e alter ego confesso de Jack Kerouac, o autor, assim como Dean Moriarty, companheiro de viagens de Paradise, é alter ego de Neal Cassady, companheiro de viagens de Kerouac na vida real. É muito possível que não haja um único personagem fictício em On the Road, ainda que todos os nomes o sejam.


ON THE ROAD (excerto)
"Comecei a aprender com ele, tanto quanto ele provavelmente aprendeu comigo. Quanto ao meu trabalho, ele dizia: — Comecei a aprender com ele, tanto quanto ele provavelmente aprendeu comigo. Quanto ao meu trabalho, ele dizia: — Vá em frente, pois tudo o que você faz é bom demais. — Enquanto eu redigia minhas histórias, ele observava por cima de meus ombros e berrava: — Uau, cara, tanta coisa a fazer, tanta coisa a escrever! Como ao menos começar a pôr tudo isso no papel, sem desvios repressivos, sem tantos grilos, essas inibições literárias e temores gramaticais?"

     Jack Kerouac nasceu em Lowell, Massachusetts, em 12 de março de 1922; era o mais novo de três filhos de uma família de origem franco-canadense. Começou a aprender inglês apenas aos seis anos de idade, estudou em escolas católicas e públicas locais e, como jogava futebol americano muito bem, ganhou uma bolsa para a Universidade de Columbia, em Nova York.
     Nesta cidade conheceu Neal Cassady, Allen Ginsberg e William S. Burroughs. Largou a faculdade no segundo ano, depois de brigar com o técnico de futebol, foi morar com uma ex-namorada, Edie Parker, e juntou-se à Marinha Mercante em 1942 – dando início às jornadas infindáveis que se estenderiam por boa parte de sua vida.

     Em 1943 alistou-se na Marinha, de onde foi dispensado por razões psiquiátricas. Entre uma e outra viagem, voltava para Nova York e escrevia o seu primeiro romance, The Town and the City (Cidade pequena, cidade grande), publicado em 1950, sob o nome de John Kerouac. Este primeiro trabalho era fortemente influenciado pelo estilo do escritor norte-americano Thomas Wolfe e foi bem recebido.

     Em abril de 1951, entorpecido por benzedrina e café, inspirado pelo jazz, escreveu em três semanas a primeira versão do que viria a ser On the Road. Kerouac escrevia em prosa espontânea, como ele chamava: uma técnica parecida com a do fluxo de consciência. O manuscrito foi rejeitado por diversos editores. Em 1954, começou a interessar-se por budismo e, em 1957, On the Road foi finalmente publicado, após inúmeras alterações exigidas pelos editores. O livro, de inspiração autobiográfica, descreve as viagens através dos Estados Unidos e México de Sal Paradise e Dean Moriarty. On the Road exemplificou para o mundo aquilo que ficou conhecido como a "geração beat" e fez com que Kerouac se transformasse em um dos mais controversos e famosos escritores de seu tempo – embora em vida tenha tido mais sucesso de público do que de crítica e embora rejeitasse o título de “pai dos beats”.


                              
     Seguiu-se a publicação de The Dharma Bums (Os vagabundos iluminados) – um romance com franca inspiração budista –, The Subterraneans (Os subterrâneos) em 1958, Maggie Cassidy, em 1959, eTristessa, em 1960. A partir daí, Kerouac tendeu à direita, politicamente: criticava os hippies e apoiou a guerra do Vietnã. Publicou ainda Big sur e Doctor Sax, em 1962, Visions of Gerard, em 1963, e Vanity of Duluoz,em 1968, entre outros. Visions of Cody, considerado por muitos o melhor e mais radical livro do autor, só foi publicado integralmente em 1972. Ele morreu em St. Petersburg, Flórida, em 1969, aos 47 anos, de cirrose hepática. Morava, então, com sua mãe e sua mulher, Stela. Escreveu ao todo vinte livros de prosa, e 18 de ensaios, cartas e poesia.

      “As únicas pessoas que me agradam são as que estão loucas: loucas por viver, loucas por falar, loucas por salvarem-se.”
             ―Jack Kerouac
      “Não farão grandes coisas os que se deixarem levar por tendências, novidades e a opinião geral.”
           ―Jack Kerouac
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PALESTRA DE ABERTURA DO PIBID - EDIÇÃO 2014

No dia 24 de março tivemos a satisfação de compartilhar, com as demais licenciaturas, a palestra oficial de abertura dos trabalhos do PIBID 2014 proferida pelo Professor Doutor Joe Garcia "Ser Professor(a)". O palestrante abordou, com ênfase, a temática do perfil desejado dos professores ingressantes na carreira do magistério, apontando algumas características:

  • Articulação de conhecimentos de interface com a educação; 
  • Ações de inclusão e valorização da diversidade e singularidade;
  • Planejamento orientado a processos de construção do conhecimento;
  • Metodologias e recursos pertinentes aos objetivos do trabalho pedagógico;
  • Trabalho construído em objetivos e não em conteúdos;
  • Procedimentos avaliativos que reorientem a prática educacional.
Em sua fala, o Professor enfatizou, igualmente, que "EMOÇÕES SÃO PRODUTIVAS"! Saber entender sua próprias motivações, cultivar o interessa e a persistência são qualidades essenciais para a interação. A meu ver, ser profissional não significa manter um distanciamento que impede a comunicação em favor da rigidez , mas sim confiar e investir profundamente na sua preparação pessoal para exercer com eficiência e segurança a profissão que mais responsabilidade agrega às suas bases: formar pessoas!
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